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Campanha “Laço Branco” destaca importância da participação masculina no combate à violência doméstica

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A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) participou, na última segunda-feira (06/12), do debate “Combater a violência é sim coisa de homem”, realizado na Casa da Mulher Brasileira (CMB). O objetivo da atividade, que faz parte da Campanha “Laço Branco”, é engajar cada vez mais homens e meninos na luta pela igualdade de gênero e pelo fim da violência contra as mulheres.

“O combate à violência doméstica é um dos mais sérios desafios mundiais, pela sua natureza velada ou face oculta, apesar da grande incidência e reincidência de múltiplas formas no âmbito familiar e social. E dentre as importantes iniciativas de enfrentamento advindas, temos a campanha internacional Laço Branco, pela qual estamos reunidos. A campanha está presente em mais de 50 países em todos os continentes e é apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das maiores iniciativas mundiais direcionadas para a temática do envolvimento de homens com a violência contra a mulher”, explicou a desembargadora Marlúcia de Araújo Bezerra, que está à frente da Coordenadoria da Mulher.

A atividade foi promovida pela Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) do Estado e contou com a participação da titular da pasta, Socorro França, e da coordenadora da CMB, Daciane Barreto.

Entre os debatedores, o juiz Tiago Dias, titular do 2º Juizado Auxiliar da 7ª Zona Judiciária, que é idealizador e gestor do Programa Proteção na Medida no TJCE, além do professor Daniel Camurça, PHD em Direito Constitucional, e do major Messias, Comandante do Batalhão de Policiamento de Prevenção Especializada. A coordenadora do Núcleo de Acolhimento Humanizado às Mulheres em Situação de Violência, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), atuou como mediadora.

“A ideia de desigualdade é sempre uma ideia que fragiliza e que torna a nossa sociedade mais débil, mais fraca. E é preciso que os homens passem a entender isso, que ou se trata de uma fragilidade social ou de uma fragilidade pessoal. Se trata de uma violência, de um ato de força, para esconder essa fragilidade”, afirmou o magistrado Tiago Dias.

Para a juíza Teresa Germana Lopes de Azevedo, titular do 2º Juizado da Mulher de Fortaleza, “o Poder Judiciário, neste ato solene, adere a essa campanha tão importante para o debate sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher. Essa questão precisa ser debatida com toda a sociedade”.

SAIBA MAIS

O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres foi instituído no Brasil no dia 6 de dezembro, por meio da lei nº 11.489/2007. A data remete a um evento ocorrido em 1989, em Montreal, no Canadá, quando Marc Lepine invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, ordenou que os homens se retirassem e começou a atirar, assassinando 14 mulheres e ferindo outras 14 pessoas, das quais 10 eram mulheres, pelo fato de não suportar que elas estudassem Engenharia, um curso tradicionalmente masculino.

O episódio trágico desencadeou uma série de discussões e debates a cerca da violência contra a mulher. Como uma forma de mostrar que há homens que não compactuam com isso, um grupo de homens canadenses criou a Campanha e definiu o laço branco como símbolo da não violência contra a mulher.

No Ceará, a Campanha Brasileira do Laço Branco, promovida pela SPS, tem como objetivo sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. As atividades são desenvolvidas em consonância com movimentos organizados de mulheres e de outras representações sociais que buscam promover a equidade de gênero, através de ações em saúde, educação, trabalho, ação social, justiça, segurança pública e direitos humanos.