A 5ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua está realizando, desde as 14h30 desta terça-feira (05/10), a primeira audiência do processo que investiga a morte do adolescente Bruce Cristian de Souza Oliveira, atingido por um tiro na nuca, disparado pelo policial militar Yuri da Silveira Alves Batista, no dia 25 de julho deste ano.
Foram ouvidas, até as 17h30, seis testemunhas de acusação, indicadas pela promotora de Justiça Joseana França Pinto e pelo assistente de acusação Kennedy Ferreira Lima. Outras duas pessoas devem prestar depoimento ainda nesta terça, até 19h, horário estimado para o término da sessão.
Yuri da Silveira também havia sido intimado para comparecer à audiência, mas foi dispensado pelo juiz Raimundo Deusdeth Rodrigues Júnior a pedido dos advogados de defesa, Ernando Uchoa Sobrinho e Abelardo Augusto Nobre Neto. O interrogatório do réu foi agendado para o próximo dia 25 de outubro, quando serão ouvidas também as testemunhas de defesa.
O policial responde ao processo por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e mediante recurso que tornou impossível a defesa do ofendido, além de lesão corporal, ambos com o agravante de abuso de poder.
Segundo a denúncia, baseada em inquérito policial, no dia 25 de julho deste ano, por volta das 16h30, Bruce Cristian e o pai, Francisco das Chagas de Souza Oliveira, iam para casa, em uma moto, quando, no cruzamento da avenida Desembargador Moreira com a rua Padre Valdevino, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, foram avistados por policiais do Ronda do Quarteirão.
A acusação afirma que os militares deram ordem para que Francisco das Chagas parasse a moto. Ele, no entanto, não ouviu os gritos dos soldados, em virtude do barulho da avenida e do uso do capacete. Sem que a dupla obedecesse à ordem, Yuri da Silveira disparou um tiro que atingiu fatalmente o adolescente, à época com 15 anos.