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Suspeito de mais de 100 assassinatos vai a Júri Popular

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O cearense José Enilson Couras, o “Courinha”, suspeito de ter cometido mais de 100 crimes de pistolagem nos estados do Ceará e do Piauí vai a júri popular na próxima sexta-feira (22/05), às 8h30, pelo 2º Tribunal do Júri. Ele será julgado juntamente com o comparsa Salvador dos Santos. Eles são acusados de matar Sival Correia Braga, em abril de 1996, no município de Iguatu, no interior do Estado. Além deles, é réu no processo, José Viriato Correia Lima que só irá a júri posteriormente, em razão de recurso interposto pela defesa ao Tribunal de Justiça do Estado.
O crime aconteceu no dia 3 de abril de 1996. Segundo a acusação do Ministério Público, a vítima, que era tio de “Courinha”, fez em nome dele e de suas filhas, dois seguros de vida, um no Bradesco, em 1994, outro no Banco do Nordeste, poucos dias antes do assassinato. A acusação sustenta que a motivação do crime foi o valor dos seguros.
Nos autos do processo consta que “Courinha” havia combinado com o seu comparsa, Salvador dos Santos, para que os dois executassem o plano que teria como desfecho a morte de Sival. No dia do assassinato, “Courinha” havia buscado o seu tio em casa, na cidade de Iguatu, e o teria levado até a fazenda Sabiá, de propriedade do acusado, situada na zona rural daquele mesmo município.
A segunda parte do plano teria sido executada por Salvador que convidou a vítima para ir a outra localidade. Durante o referido trajeto, Salvador teria, propositadamente, jogado o carro dentro de um açude, naquela região, ficando o veículo submerso a 12 metros de profundidade. Sival foi encontrado apenas no dia seguinte já sem vida. A intenção, segundo o Ministério Público, era simular uma morte por acidente o que liberaria o pagamento dos seguros. O montante seria dividido entre os comparsas.
No relato das testemunhas, surgiu a figura do coronel da PM do Piauí, José Viriato Correia Lima, acusado de ter emprestado o veículo para que Salvador e “Courinha” executassem o crime, na promessa de também receber uma parte do dinheiro, que totalizava R$ 300 mil. José Viriato Correia é considerado um indivíduo de alta periculosidade, nos termos da acusação, por ser indiciado ainda como o mentor de uma organização criminosa que atuava no estado do Piauí – caso que ganhou espaço até mesmo nos noticiários nacionais.
De igual relevância para os noticiários, ?Courinha? ganhou os holofotes da mídia nacional quando foi preso em 17 de janeiro de 2002, na mesma fazenda. Passou a ser considerado como um dos maiores matadores profissionais do Brasil, a partir daquela data.
O Ministério Público acusa os dois réus que serão julgados pelo homicídio duplamente qualificado, artigo 121 do Código Penal Brasileiro, por motivo torpe e utilização de emboscada. O processo começou a tramitar na comarca de Jucás, mas foi desaforado para Fortaleza a pedido do Ministério Público por tratar-se de dois acusados de alta periculosidade.
O julgamento será presidido pelo juiz Henrique Jorge de Holanda Silveira e a acusação será feita pela promotora de justiça, Joseana França Pinto. A defesa dos réus será feita pelos advogados: Maurício da Silva Leal, Mário da Silva Leal Sobrinho, Francisco Aldenor Xavier, Francisco Valdemizo Acioly Guedes e Danilo Augusto Gomes de Miranda.