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Dia Internacional da Mulher: evento virtual debate experiências de juízas na magistratura

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Em razão do Dia Internacional da Mulher, a presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira, participou nesta segunda-feira (08/03), de encontro virtual promovido pela Associação Cearense de Magistrados (ACM) em parceria com a Escola Superior da Magistratura (Esmec). Com o tema “A mulher e a magistratura”, o evento foi transmitido pelo perfil oficial da Esmec no YouTube.

Também participaram do encontro como debatedoras a juíza titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Fortaleza, Rosa Mendonça; a diretora do Fórum Clóvis Beviláqua, juíza Ana Cristina Esmeraldo; a juíza titular da 1ª Vara da Comarca de Cascavel, Leopoldina Fernandes; e a juíza da 1ª Vara de Quixeramobim, Kathleen Kilian. A mediação foi feita pela diretora de Comunicação da ACM, juíza Ricci Lôbo.

A presidente do TJCE iniciou os trabalhos fazendo apanhado histórico sobre o dia 8 de março, e citou a ampla programação sobre o tema que será realizada ao longo do mês. Sobre a sua trajetória profissional, lembrou que, sempre “trilhei meu caminho sabendo que teria de ter bravura e compromisso com a minha Instituição. O compromisso que assumi de dois anos foi de muito trabalho e de servir ao cidadão. Para isso, preciso do trabalho de todos juntos para que a nossa Administração seja exitosa”.

O debate girou em torno das atividades profissionais, responsabilidade das mulheres ao aliar trabalho, família e o combate a violência contra a mulher. Ao falar sobre a sua experiência como magistrada, a juíza Ana Cristina Esmeraldo disse que a mulher vai, ao longo da vida, identificando situações que a tornam mais forte e produtiva. “Quando nos deparamos com desafios, como no caso de gerir o Fórum, temos que nos organizar para chegar ao final da gestão, que é limitada pelo tempo, de forma agregadora e sem dificuldade. Com o tempo vamos conseguindo agregar pessoas para o projeto e, ao final, realizar o que planejamos de forma participativa”, disse.

À frente do Juizado da Mulher, a juíza Rosa Mendonça também explanou sobre a sua experiência na magistratura e como vivenciar a perspectiva da igualdade. “A igualdade de gênero está relacionada aos papeis que homens e mulheres desempenham. O papel atribuído ao homem ainda é mais importante, o que fomenta a violência de gênero. Somos o quinto país do mundo que mais mata mulheres. O Ceará ocupa o segundo lugar no ranking de homicídio de pessoas trans. Tudo isso é muito preocupante e exige tomadas de medidas urgentes para mudar essa realidade”, lembrou ao contar como foi a sua trajetória após sair do Interior para assumir a Unidade especializada na Capital.

A juíza Kathleen Kilian chamou a atenção para refletir sobre como, ainda na infância, é possível prevenir a realização de atos de violência doméstica contra a mulher por meio da educação. Acerca da motivação na carreira, a juíza Leopoldina Fernandes ressaltou que as mulheres exercem diversas atividades no dia a dia, aliando o trabalho às atividades familiares, e que, por isso, sofrem sobrecarga de trabalho.

RECEPÇÃO
Antes do início dos debates, as magistradas foram recepcionadas pelo diretor da Esmec, o desembargador Luciano Lima Rodrigues. “A Esmec tem como proposta reconhecer a importância da mulher na sociedade, seus méritos, trabalho, mas, sobretudo, garantir um ambiente em que se possa discutir questões de gênero e refletir acerca da contribuição de cada magistrada a partir do seu lugar de juíza para a mudança cultural que eleve todos nós pela igualdade de gênero. As mulheres merecem flores e chocolates, mas merecem muito mais um lugar de fala, e a Esmec será esse lugar de fala”, destacou.

Ao explicar sobre o evento, o vice-presidente da ACM, juiz Ângelo Bianco Vettorazzi, lembrou que o dia 8 de março é “absolutamente importante e temos muito a comemorar, mas também refletir a respeito da mulher e sua condição social, econômica, política. Gostaria, em nome da ACM, de parabenenizá-las por tudo o que têm feito e produzido de bom na sociedade brasileira. O dia também é dia de resistência, de ficarmos erguidos, pois sabemos que a situação exige força para continuar levando adiante o que acreditamos”, afirmou, em razão da violência que ainda é praticada contra as mulheres, principalmente em tempos de pandemia.

PROGRAMAÇÃO
12 de março – 17h
A mulher e a atividade pública
Mediação: Professora Juliana Diniz
Debatedoras: Vice-governadora do Ceará Izolda Cela; juíza Joriza Magalhães e vereadora Larissa Gaspar

18 de março – 17h
A mulher e a interseccionalidade
Mediação: Professora Zelma Madeira
Debatedoras: Professora Socorro Osterne e juíza Bruna dos Santos

26 de março – 17h
A mulher e a cultura
Mediação: Maria do Socorro Montezuma Bulcão
Participação: Professora Alana Alencar; atriz Karla Karenina e professora Ecília Meneses