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Desembargadora recém-empossada destaca trajetória profissional até chegar ao Tribunal de Justiça do Ceará

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Após 33 anos de trabalhos dedicados à Justiça de 1º Grau, a juíza Maria das Graças Almeida de Quental tomou posse, na tarde desta quinta-feira (12/08), como desembargadora do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Em seu discurso, a nova integrante da Justiça de 2º Grau destacou sua trajetória profissional até chegar ao TJCE. A sessão foi presidida pela chefe do Judiciário cearense, desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira.

“Como cheguei ao Tribunal de Justiça do Ceará? Deus preparou esse caminho para mim. Concluído o curso de Direito, me submeti a concurso da Secretaria da Fazenda do Estado, indo assumir a chefia da Coletoria Estadual, na Comarca de Mauriti. Ali, sem saber, começava a minha trajetória no Judiciário. À época, o juiz titular da Comarca era o desembargador Darival Beserra Primo que, tomando conhecimento da minha formação em Direito e, em razão da inexistência de defensor público na comarca, passou a me designar para a defesa dos pobres. Lembro que a primeira ação foi de investigação de paternidade, cumulada com alimentos e petição de herança. Ele foi meu primeiro mestre em práticas processuais”, relatou.

Desa. Graça Quental e a presidente do TJCE, desa. Maria Nailde Pinheiro Nogueira (da Esq. para Dir.)

Ela afirmou que as desembargadoras Francisca Adelineide Viana e Marlúcia de Araújo Bezerra também contribuíram para seu ingresso no Tribunal estadual. “Fui transferida para o Município de Milagres e a desembargadora Adelineide passou a me convidar para fazer o concurso da magistratura e se propôs a me orientar e estudar comigo. A desembargadora Marlúcia foi a grande colaboradora no período em que assumi a Coordenação do Grupo de Monitoramento Carcerário e o Programa Começar de Novo do CNJ. Incansável admiradora do meu trabalho, reconhecedora das minhas qualidades profissionais, sempre enfatizando que eu possuía todos os requisitos exigidos para concorrer a uma vaga no Tribunal”.

Com o sentimento de gratidão, a nova desembargadora disse que ser juíza não estava em seus planos, mas que o estímulo dos magistrados a encorajou a assumir o desafio. “A vocês, queridos colegas, a minha gratidão. Saibam que foram instrumentos do Espírito Santo. Jamais sonhei em ser juíza, mas Deus me reservou esse destino no Poder Judiciário, onde trabalho prazerosamente, buscando o diálogo e a paz, e com alegria no coração sou impulsionada a servir ao próximo”.

 

Desa. Graça Quental e filhas

AGRADECIMENTOS AOS FAMILIARES E SERVIDORES

Graça Quental também agradeceu aos pais, esposo, filhas, irmãos e demais familiares. Citou ainda sua infância no sertão do Ceará, em Uruoca, até chegar à Capital. “Hoje é um dia de alegria e me faz recordar momentos que marcaram a minha vida. A menina que viveu até aos dez anos no sertão seco e trabalhou na roça, gostava de contemplar e conversar com as estrelas. O filme da minha vida é emocionante.”

Filha de Pedro Domingos de Almeida e de Joana Amélia de Almeida, ele, agricultor, ela, doméstica, em agosto de 1958, deixava sua cidade natal, fugindo da fome e da seca que assolava aquele sertão e, junto a sua família, seguia para Fortaleza em busca de sobrevivência.

A magistrada estendeu a gratidão a outros importantes personagens ao longo de sua carreira. “Aos servidores, com quem convivi durante a minha trajetória e tive prazer em receber a contribuição do trabalho e o carinho, recebam os meus agradecimentos”.