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TJCE realiza campanha para incentivar doação de órgãos; confira depoimentos de transplantadas

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Nesta terça-feira (27/09), é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Em alusão à data, é celebrado o Setembro Verde, que fez parte da campanha do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) durante o mês. Além de realização de palestra com o tema “Conhecendo o processo de doação e transplante”, que ocorreu no último dia 14 no Fórum Clóvis Beviláqua, o Judiciário estadual ouviu duas mulheres transplantadas que tiveram o futuro modificado graças a doação de órgãos.

Maria Regina de Almeida realizou o transplante de fígado há 12 anos. “Eu tinha uma vida muito limitada, muito restrita em termos de alimentação, já não comia mais a proteína animal, pois o fígado não metabolizava mais. Com certeza, se eu não tivesse transplantado, talvez da próxima crise eu não passasse”, lembra a aposentada.

Ela fala que, após 11 meses do transplante, foi a uma missa. “Lá, pedi às pessoas que pudessem dizer um sim para doar órgãos, porque eu estava ali por conta de um sim que alguém tinha dado. E por providência, a esposa do doador estava presente”, diz, emocionada. Clique AQUI para ver o vídeo.

A outra beneficiada, a dona de casa Lusiane Diniz, conta que precisou sair da tribo indígena onde morava porque estava adoecendo a ponto de perder a visão. Em Manaus, descobriram a insuficiência renal, com necessidade de transplante.

“A gente fica fazendo hemodiálise três vezes por semana, sem poder beber água, sem poder comer de tudo. Então, quando eu transplantei, foi uma felicidade muito grande. Eu desejo que outras famílias, que outras pessoas aceitem fazer a doação, pois para muitos doar ainda é um tabu”, afirma Lusiane. Clique AQUI para ver o vídeo.

COMO DOAR
A doação de órgãos e tecidos tem fundamentação legal na Constituição Federal e prevista no art.199, §4º e Lei 9.434/1997. A juíza Antônia Dilce Rodrigues Feijão, coordenadora do Comitê Estadual da Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – Ceará, explica que na doação, não há custo para a família, todos os custos dos procedimentos de transplantes de órgãos são arcados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além dos medicamentos necessários que são recebidos durante toda a vida do receptor, para evitar a rejeição do órgão transplantado.

“Uma pessoa pode fazer doação de órgãos em vida ou após sua morte. Pode ser doado uma ou mais partes do nosso corpo. A doação pode ser de órgãos, como rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão; ou doação de tecidos, como córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical”, informa a magistrada.

A coordenadora ressalta ainda que, para doação após morte, não há necessidade de nenhum documento, basta avisar a família sobre a decisão. “É necessária a autorização de familiares. Por isso, é preciso que as pessoas informem às suas famílias o desejo de doar órgãos, para que os familiares cumpram essa vontade.”

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