18.11.2009 Página 02
O ministro Joaquim Barbosa renunciou ontem à vaga dele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por conta de seu problema crônico na coluna vertebral, Barbosa, de 55 anos, desistiu de presidir o tribunal durante as eleições de 2010 e vai permanecer apenas no Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente, Barbosa ocupava a vice-presidência do TSE e seria o sucessor do atual titular, Carlos Ayres Britto, no ano que vem. Por conta das dores nas costas, o ministro já estava de licença do TSE desde fevereiro. Ele será substituído pelo ministro Ricardo Lewandowski, que será o responsável por chefiar a Justiça Eleitoral em 2010.
Barbosa divulgou oficialmente sua decisão aos colegas da corte durante sessão do TSE. Ele entregou uma carta de despedida que foi lida em plenário por Ayres Britto. “Não foi uma decisão fácil de ser tomada. Esgotei todas as tentativas, mas tenho uma necessidade incontrolável de cuidar de minha saúde (…) Minha passagem por esse tribunal foi enriquecedora, mas por ora chega ao fim“, declarou.
Em seguida, os demais ministros fizeram rápidos discursos, lamentando a saída do colega. Ayres Britto afirmou que sua renúncia era uma “perda lamentável“ e elogiou a “independência do colega. É um homem que não faz parte de grupos, que decide sem consultar nenhum setor da sociedade, nenhuma autoridade, por mais graduada que seja“, afirmou.
Conhecido por discussões acaloradas que tem com colegas de tribunal, Barbosa também se desculpou pelo que chamou de um “caráter ranzinza“ que possui. Em outubro, ele já dizia que a renúncia era uma alternativa, caso suas dores não passassem. O ministro foi indicado ao Supremo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005.
Ele é o relator da principal ação penal que corre no Supremo contra os 39 réus do mensalão, suposto esquema de corrupção orquestrado pelo PT de pagamento de propina em troca de apoio parlamentar. Pela quantidade de envolvidos, esse processo toma boa parte de seu tempo no STF. (das agências de notícias)