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Ideias: Guerra suja

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Opinião 22.08.2010
Temos plena convicção de que Deus mandou cada um de nós para a Terra, com a finalidade de melhorarmos as condições de vida deste grande presídio, e nunca para piorá-las, como está acontecendo. Até porque neste País o estado bandido já está superando o de Direito. Não há segurança. Consequentemente, o direito à vida, o mais importante de todos os direitos, deixou de existir. A nossa Constituição é uma porta aberta à criminalidade. Criou a inocência presumida e impôs a proibição de ser instituída a prisão perpétua por meio de lei ordinária e mesmo de emenda constitucional. Todo esse quadro triste só poderá ser modificado por meio da convocação de uma constituinte originária, que bem poderia ser aproveitada a eleição de outubro vindouro para fazer as respectivas modificações. Jamais os atuais dirigentes deste País terão a vontade de alterar esse quadro sujo, porque provem a maioria de luta armada. Mesmo assim, o nosso povo, supostamente amparado pelas migalhas da bolsa família, pouco se preocupa com o crime organizado. Por outro lado, os ricos e a classe média estão satisfeitos, pois, podem armar os braços de terceiros para exterminar o próximo, sem nunca serem sequer presos, haja vista a morosidade do Judiciário. Tudo acaba em prescrição. Os delinquentes matam e matam até cansar. Aqui, acolá vão presos, depois soltos por força do regime semiaberto. Ora, como pode um país como o nosso ter uma convivência pacífica, tendo como único meio de impedir a ocorrência do crime uma polícia mal paga, e uma pena máxima fantasiosa de 30 anos que sempre redundou em 6, em vista a válvula de escape do regime semiaberto, autorizado pelo STF? Não estamos entendendo mais nada. Aqui, quando esteve o ministro Gilmar Mendes, foi assaltado ao sair da porta de um dos hotéis da beira-mar, levando o ladrão um cordão de ouro que conduzia no pescoço. Apesar disso tudo, a maior carnificina é causada pelos loucos do volante. E, para ser reduzida a menos da metade, basta que os nossos juízes deixem de julgar os acidentes de veículos como crimes culposos, e sim dolosos, pois a maioria dessa maldita gente, age com dolo eventual.
Edgar carlos amorim – escritor e jurista