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Defesa Civil mapeia prejuízos pelas chuvas em Canindé

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26.01.2011 regional
Canindé já contabiliza 36 famílias desabrigadas pelas chuvas. Na Serra de Baturité, houve deslizamento de terra
Canindé. Autoridades deste Município contabilizam os prejuízos causados por uma chuva de 141.4 milímetros registrada na tarde da última segunda-feira, e que deixou toda a área urbana da cidade debaixo d´água. O prefeito Cláudio Pessoa criou duas comissões técnicas de avaliação para fazerem um levantamento dos estragos e a situação em que se encontram as famílias atingidas pelas águas. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Plínio Gomes, é o responsável pela coordenação das ações.
A Defesa Civil do Município, e as Secretarias de Infraestrutura, Agricultura e Recursos Hídricos, Saúde, Educação, Ação Social, Meio Ambiente estão mobilizadas para o socorro das vítimas da maior chuva registrada em Canindé neste ano.
Os desabrigados estão sendo levados para o Centro de Apoio Integrado a Criança e ao Adolescente (Caic) e Escola Melvin Jones, onde recebem primeiros socorros médicos, alimentação, colchões, transporte para mudanças e assistência social.
“Vamos socorrer a todos os irmãos que estejam em áreas de risco, porque a nossa grande preocupação agora não é mais com a chuva de segunda-feira, e sim com as próximas precipitações”, ressalta o prefeito Cláudio Pessoa, que irá enviar um relatório à Defesa Civil do Estado.
Segundo o técnico Sávio Pimentel, da Defesa Civil Estadual, a situação em Canindé ainda não é de calamidade pública, mas de consequências pela falta de drenagem urbana. Atualmente, 36 famílias estão desabrigadas em decorrências das últimas inundações. O Prédio do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) está fechado porque foi invadido pelas águas. O sistema de informática está fora do ar.
Continua chovendo também no Litoral Leste. Em Icapuí, o juiz Renato Belo Viana Veloso suspendeu as audiências de ontem até a próxima quinta-feira, “diante da dificuldade de deslocamento das pessoas do Município, além dos alagamentos de ruas e do acesso ao Fórum”, diz a nota do Poder Judiciário. A cidade fica com trechos alagados, e a situação se complica nas localidades próximas da praia, que já enfrentam um problema paralelo: a força das marés.
Deslizamentos
No Maciço de Baturité, a chuva que vem caindo tem provocado pequenos deslizamentos em Pacoti e Guaramiranga, mas as Prefeituras dizem que não há desabrigados nem feridos.
Em Pacoti, o chefe de gabinete da Prefeitura, Aldemir Marinho, informou que houve queda de barreiras nas comunidades de Granja e Munguba, mas que não chegaram a afetar a estrutura das casas. “Mandamos trabalhadores para fazer a retirada manual do barro que se acumulou na parte de trás das casas, a fim de evitar uma pressão nas paredes”, explica.
A força da água do Rio Pacoti também quebrou parte de uma passagem molhada que liga a sede ao Distrito de Santana. O local ficará interditado por uma semana, e as pessoas terão que utilizar o outro acesso para Santana, que aumenta o trajeto em um quilômetro.
Já o secretário de Meio Ambiente de Guaramiranga, Getúlio dos Santos, disse que houve queda de árvores e barreiras nas estradas que ligam a cidade a Baturité e Pacoti, mas que o acesso já estava desobstruído. “Não houve qualquer deslizamento em áreas residenciais”, garantiu o secretário.
Na manhã de ontem, o secretário se reuniu com a Defesa Civil Estadual para pedir o retorno da Rede de Emergência da Defesa Civil, um destacamento que atuava ali e que foi retirado há um ano por falta de chuva. Os riscos de deslizamento na região, de característica montanhosa, foi tema de reportagem veiculada pelo Caderno Regional na última sexta-feira.
Controle
“Em Canindé, a situação ainda está sob controle. Não há motivos para desespero”
Sávio Pimentel
Técnico da Defesa Civil do Estado
“Só Deus pode agradecer esta ação da Prefeitura me tirando dessa situação”
Minelvina Pereira da Silva
Aposentada
Tábua de chuvas
Santa Quitéria 162.8mm
Canindé 147mm
Guarac. do Norte 133mm
Ipu 129mm
Guaramiranga 128mm
Fortaleza 126.3mm
Beberibe 120mm
Varjota 108mm
Horizonte 107mm
Paramoti 107mm
Fonte: Funceme
MAIS INFORMAÇÕES
Prefeituras de Canindé: (85) 3343.6937; de Guaramiranga: (85) 3321.2159; de Pacoti: (85) 3325.1413; Icapuí: (88) 3432.1200
ANTÔNIO CARLOS ALVES / KAROLINE VIANA
COLABORADOR / REPÓRTER
“PASSAGEM ARRISCADA”
Rio Jaguaribe aumenta volume hídrico
Limoeiro do Norte. Já é mais difícil e não aconselhável passar pela rodovia estadual que liga este Município a Tabuleiro do Norte. A partir da tarde da última segunda-feira, a passagem molhada da CE-267 teve a sua primeira interdição do ano. Foi o Rio Jaguaribe que transbordou, e agora está mais para “passagem arriscada”.
Os tradicionais pontos de alagamento na região jaguaribana já se pronunciam. Porque choveu durante o dia de ontem em Limoeiro do Norte e Tabuleiro, não se viram as canoas em cena. Mas elas já estão lá, a postos, emborcadas na beira da estrada, e basta ter quem atravesse que os canoeiros fazem o transporte.
Ida e volta custa R$ 1,00. Quando o Rio Jaguaribe corre em seu volume tradicional, o que se vê é uma estrada esburacada, mas que liga as duas cidades. E encurta o caminho a quase metade, se comparado a quem precisa trafegar pela BR-116.
É por lá que agora precisam passar todos os carros e caminhões. Ontem à tarde, os veículos ainda passavam sobre a ponte, após o nível do rio ter baixado ao fim da chuva. Mesmo assim, se vê a forte correnteza, carregando pedaços da estrada.
A alternativa é recorrente e o risco é iminente: não há coletes, não há estabilidade no barco, o que sobra é peleja e sorte de quem trabalha numa cidade e mora em outra, ou apenas precisa “resolver coisas” na cidade vizinha.
O Jaguaribe está largo e raso, consequência do assoreamento e do constante processo de erosão. A ocupação irregular é também uma causa do problema. E se a chuva alimenta a bacia hidrográfica, enche o rio e a ponte some.
Zona Norte
Pelo boletim da Funceme, Santa Quitéria registrou maior chuva ontem. Foram 162,8mm. Praticamente todos os pequenos reservatórios de água já atingiram sua cota máxima e alguns situado na região rural de Trapiá e Macaraú já sangraram.
O Rio Jucurutú, que corta a cidade está cheio. Por conta disso o Parque de Vaquejada José Arteiro Mesquita, que fica na margem do rio, está alagado.
Em Ipu, aumentou a cota do reservatório do Açude Bonito, que abastece a cidade.
Os primeiros transtornos causados pelas chuvas no Sertão Central ocorreram em Ibaretama. Uma chuva de 119mm, no Assentamento Curimatã, provocou o arrombamento do primeiro açude da região. As águas elevaram o nível do Rio Piranji, assustando moradores da localidade. No assentamento, as 22 famílias temem ficar sem água potável, dependendo das comunidades vizinhas.
No final da manhã, a única ambulância de Ibaretama capotou, após deslizar na pista molhada, causando duas vítimas feridas, que foram transferidas para o Hospital de Quixadá.
MAIS INFORMAÇÕES
Prefeitura Municipal de Limoeiro do Norte
Região do Vale do Jaguaribe
Telefone: (88) 3423.1165
MELQUÍADES JÚNIOR / WILSON GOMES / ALEX PIMENTEL
COLABORADORES