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Apenado do projeto Reconstruir é escolhido operário do mês em empresa da construção civil

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Cumprindo pena em liberdade condicional, Marcos Antonio Santos do Nascimento conseguiu, por meio do projeto “Reconstruir” – uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), por meio das Varas de Execução Penal, e o Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE) – uma vaga como servente de obras na empresa J. Simões Engenharia, em junho do ano passado. Nesses dez meses no emprego, ele tem se destacado por sua eficiência e comprometimento e, por isso, foi escolhido como Operário Padrão do mês de março.
O diretor técnico da construtora, Roberto Ribeiro Costa Lima, conta que foi convencido pelos juízes das Varas de Execução Penal de Fortaleza a abrir as portas da empresa para quem está deixando o cárcere e procura uma oportunidade de se reinserir no mercado de trabalho. Apesar do receio inicial, ele avalia que foi uma decisão muito acertada e se mostra bastante satisfeito com os resultados alcançados, tanto que já decidiu abrir mais uma vaga para um reeducando do projeto.
Para ele, a iniciativa ajuda a desfazer preconceitos dentro da própria empresa e a conscientizar para a importância da ressocialização. “Nós reforçamos isso durante as reuniões, que é preciso dar uma chance para que essas pessoas possam se redimir do seu passado, de que só com o trabalho eles podem sair da criminalidade. E percebemos que hoje já existe uma aceitação bem maior”, avalia.
O projeto “Reconstruir” faz parte do Programa Um Novo Tempo, uma iniciativa dos juízes Luciana Teixeira e Cézar Belmino, titulares da 2ª e 3ª Varas de Execução Penal de Fortaleza, respectivamente, que visa contribuir com a ressocialização e inclusão social de presos e egressos do sistema penal. Criado em 2014, em parceria com o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon-CE), o Reconstruir já empregou 84 reeducandos. Atualmente, são 22 empregados.
Para a juíza Luciana Teixeira, o reconhecimento obtido por um dos participantes do projeto mostra que o esforço está valendo a pena. “Ficamos muito felizes com essa notícia, pois é um combustível a mais para continuarmos lutando pela ressocialização como forma de diminuir a criminalidade”, afirma.
A assistente social do projeto, Paloma Cortez, explica que é feito um acompanhamento mensal de cada caso, tanto por meio de entrevistas e conversas com o reeducando, nos momentos em que este vai ao Fórum para assinar o termo de compromisso, quanto por meio de visitas ao local de trabalho. Segundo ela, as experiências têm sido bem-sucedidas e não há nenhum caso de reincidência criminal entre os participantes do projeto.