O juiz Magno Rocha Thé Mota, auxiliar da 4ª Zona Judiciária, determinou que Francisco Telsagenes Diógenes e Francisco Rodrigues de Queiroz sejam levados a júri popular. Eles são acusados de matar o ex-prefeito de Pereiro (distante 342 km de Fortaleza), Antônio Mardônio Diógenes Osório. Os réus são filho adotivo e irmão da vítima, respectivamente.

Conforme denúncia do Ministério Público estadual (MP/CE), no dia 31 de dezembro de 2009, por volta das 7h, na Fazenda Campos, zona rural do município, a vítima havia deixado trabalhadores consertando a cerca da propriedade e estava voltando para a casa na companhia de Francisco Rodrigues. Nesse momento, Francisco Telsagenes surgiu e efetuou dez disparos contra o pai.

De acordo com o processo, o irmão da vítima sabia do crime e teria ajudado a arquitetar tudo. O filho adotivo estaria inconformado com a quantia de dinheiro que o pai enviava para ele em Fortaleza, e temia não ter direito à herança do pai. Por isso, as brigas entre os dois eram constantes.

O ex-prefeito teria confessado a familiares que vinha sofrendo ameaças. Teria, ainda, alertado que se algo acontecesse com ele, a responsabilidade seria de Francisco Telsagenes. Em interrogatório, eles negaram o crime.

Ao analisar o caso, no último dia 6 de maio, o magistrado pronunciou os réus. Entendeu que o crime ocorreu por motivo torpe (por objetivar futura herança) e recurso que dificultou a defesa do ofendido (disparos efetuados sem oportunidade de defesa).

“Em crimes que assolam e atemorizam a sociedade, cabe ao Judiciário, determinar o recolhimento do agente, a fim de trazer aos que tomam conhecimento desses fatos a certeza de que existe justiça e punição para os criminosos, podendo, com isso, haver segurança para os que se mantém na linha correta de comportamento”, disse.