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Acusado do assassinato de policial militar será levado a novo julgamento

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A 3ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza levará a julgamento, nesta terça-feira (27/07), às 14h, Irandy de Sousa Silva. Ele é acusado de ter participado do homicídio do policial militar Márcio Gleidson Siqueira Alves e de tentativa de assassinato contra o irmão do policial, Francisco Elvis Siqueira Alves, no dia 4 julho de 2004.
Consta nos autos que, no dia anterior ao crime, Francisco Elvis estava retornando para casa, no Conjunto Tupamirim, bairro Itaperi, quando foi abordado por três homens, que anunciaram um assalto e levaram seus pertences.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), baseada em inquérito policial, na manhã no dia seguinte, a vítima, acompanhada do irmão, o policial militar Márcio Gleidson, saiu de casa em direção à delegacia para registrar Boletim de Ocorrência. Antes, porém, eles resolveram “dar uma volta” pelo bairro, no carro do policial, em busca dos assaltantes.
A acusação relata que, ao passar em frente ao estabelecimento chamado “Mercadinho do Índio”, os irmãos viram homens considerados suspeitos e o policial resolveu abordá-los. Márcio Gleidson desceu do carro com duas armas nas mãos, anunciou que era policial e mandou todos se encostarem à parede do comércio.
Nesse momento, segundo a denúncia, o proprietário do mercadinho, José Ribamar Sírio, conhecido como “Índio”, e o funcionário Irandy de Sousa Silva, o “Louro”, saíram do interior do estabelecimento já efetuando disparos contra o policial, que morreu no local. “Índio” também chegou a ser atingido por um disparo da arma de Márcio Gleidson.
Francisco Elvis afirmou, no processo, que, ao ver o irmão ser baleado, saiu do carro para socorrê-lo, mas os acusados começaram a atirar também em sua direção. Francisco Elvis conseguiu fugir e escapou ileso.
O MP sustenta a hipótese de que “Índio” e “Louro” cometeram os crimes porque temiam ser presos em flagrante pelo policial, já que tinham envolvimento com atos ilícitos e guardavam, no interior do estabelecimento, armas de fogo sem o devido porte.
José Ribamar Sousa, que também era réu do processo, foi assassinado durante a fase de instrução processual, em março de 2005. Já Irandy de Sousa Silva foi julgado, em abril de 2007, e condenado a 16 anos de prisão.
A defesa do réu recorreu da sentença e o Tribunal de Justiça do Ceará deu provimento ao recurso, determinando novo julgamento. O acusado nega qualquer participação nos crimes e afirma que, no momento da troca de tiros, estava atendendo uma cliente nos fundos do estabelecimento.
O júri será presidido pelo juiz titular da 3ª Vara do Júri, José de Castro Andrade. A acusação será patrocinada pela promotora de Justiça Joseana França Pinto, e a defesa ficará sob a responsabilidade do defensor público Emerson Castelo Branco.