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Vara de Penas Alternativas e Pastoral Carcerária promovem grupos de reflexão no Fórum

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A Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas e Habeas Corpus de Fortaleza (Vepah) e a Pastoral Carcerária do Ceará deram continuidade, nessa quinta-feira (26/06), aos grupos reflexivos realizados com cumpridores de penas e medidas alternativas, além de infratores da Lei Maria da Penha. Os encontros ocorrem a cada 15 dias, no Fórum Clóvis Beviláqua.

“Queremos passar da tradição da justiça retributiva para a justiça restaurativa, que reconstrói os laços quebrados, por meio do ato ilícito, com vítimas, familiares, sociedade e com eles mesmos [infratores],” observa o coordenador da Pastoral Carcerária do Ceará, padre Marcos Passerini. Para ele, o trabalho só ocorre “porque há pessoas que acreditam na recuperação de todo ser humano, independentemente do crime cometido”.

A juíza titular da Vepah, Maria das Graças Almeida de Quental, ressalta a importância da Pastoral no trabalho. “A parceria com a Pastoral leva o autoconhecimento ao educando, no sentido de resgatar sua dignidade”.

Segundo a coordenadora de projetos da Vepah, Socorro Fagundes, o objetivo é sensibilizar os educandos sobre os danos causados pelos delitos cometidos, por meio de reflexões sobre fatores que levam à prática criminosa. São utilizadas dinâmicas, vídeos e debates sobre temas atuais.

Nos encontros são utilizadas técnicas desenvolvidas pelas rede internacional Escolas de Perdão e Reconciliação (Espere) e aplicadas pela Pastoral Carcerária. O método consiste na resolução de conflitos por meio de convivência, prática de solidariedade, justiça e gerenciamento de emoções como raiva, ódio e desejo de vingança.

Um vendedor que participa dos grupos reflexivos desde o início, em fevereiro deste ano, só observa pontos positivos na iniciativa. “Depois que comecei, abriram-se novos caminhos. Aqui temos a oportunidade de falar sobre assuntos que não poderíamos conversar com familiares”, destaca.

Também participaram dos trabalhos a assistente social da Vepah, Elizângela Gomes, a irmã Olga Patrícia Gómez e a voluntária Laudicéia Fonseca (ambas da Pastoral). Estiveram presentes ainda estudantes do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Os grupos são divididos em duas turmas, com uma média de 30 participantes cada, sendo uma pela manhã e outra à tarde. Os próximos ocorrerão no dia 17 de julho.