Desde abril deste ano, o esporte é utilizado como ferramenta de educação e inclusão social na Comarca de Mombaça, no interior do Ceará. Através do projeto “Escolinha de Futebol – Bom de Bola, Bom na Escola”, coordenado pelo juiz de Direito Neuter Marques Dantas Neto, titular daquela Comarca, estudantes participam de atividades esportivas e recebem reforço escolar. A iniciativa será formalizada por meio de convênio a ser assinado brevemente no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE).
Atualmente, cerca de 120 estudantes de oito a 14 anos são beneficiados pelo projeto na cidade de Mombaça, a 296km de Fortaleza. Os alunos, da Escola Municipal Alberto Sá, podem participar de escolinha de futebol de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde (no turno em que não estão matriculados na escola), e aos sábados.
As atividades são realizadas na sede do BNB Clube, parceiro do projeto. Além disso, também são viabilizadas aulas de reforço escolar, ministradas pelos professores da própria unidade de ensino.
Para participar, os alunos precisam manter freqüência regular na escola e bom rendimento nas disciplinas. “Falei esta semana com a diretora da escola e ela me falou da mudança para melhor dos alunos, inclusive que o desempenho escolar melhorou”, diz o juiz.
Os alunos são submetidos, regularmente, a avaliação médica e, caso haja necessidade, encaminhados a um posto de saúde ? o tratamento pode abranger toda a família. A rede de cuidados é viabilizada por meio de parcerias com as secretarias de Educação e de Saúde de Mombaça.
Ao realizar a escolinha em Mombaça, Neuter Marques repete o trabalho que já havia realizado, desde 2005, quando foi juiz da Comarca de Acaraú. Lá, o projeto chegou a reunir cerca de 450 crianças. Três dos garotos se destacaram tanto que foram encaminhados para a escolinha de futebol do Fortaleza Esporte Clube, time de coração do magistrado.
Atualmente, a iniciativa continua, depois de ter sido encampada pela prefeitura local.
De acordo com o juiz, uma frase do filósofo e matemático grego Pitágoras o inspirou a criar o projeto: “Educai as crianças para que não seja necessário punir o adulto”. “No projeto, as crianças melhoram a auto-estima, têm opção de lazer, melhoram o comportamento em casa. O esporte, de modo geral, educa, forma o cidadão”, finaliza o magistrado.