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Polícia Federal realiza transferência de presos

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Nacional Pág. 11 25.10.2009
Medida foi tomada pela Secretaria de Segurança, por conta dos confrontos entre militares e traficantes
Rio. Dez presos do Rio de Janeiro foram transferidos, ontem, para a penitenciária federal de Campo Grande (MS). O pedido de transferência foi feito ao Tribunal de Justiça (TJ) pela Secretária Estadual de Segurança Pública depois dos confrontos, nos últimos dias, entre traficantes e policiais militares que, até o momento, resultaram na morte de 39 pessoas, incluindo policiais.
A Polícia Militar não informou detalhes como horário e logística da transferência por questão de segurança. O acesso da imprensa foi vetado, mas cinegrafistas e fotógrafos conseguiram fazer imagens, que mostram apenas o avião da Polícia Federal que fez o transporte e esperava pelos presos na base aérea do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Os presos teriam sido removidos durante a madrugada de presídios cariocas em vários microônibus e começaram a aguardar por volta das 7 horas para serem transferidos. Ainda não há previsão de quanto tempo eles ficarão na penitenciária de Campo Grande.
Em nota oficial, a única divulgada sobre o assunto, a Secretaria de Segurança informou apenas os nomes dos presos: Nei da Conceição Cruz (“Nei Facão”), Edgar Alves Andrade (“Doca”), Cássio Monteiro das Neves (“Cassio da Mangueira”), Márcio Silva Matos (“Marcinho Muleta”), Roberto Ferreira Vieira (“Robertinho do Jacaré”), Jorge Alexandre Candido Maria (“Sombra”), Marcelo Soares de Medeiros (“Marcelo PQD”), Fábio Pinto dos Santos (“Fabinho São João”), Ocimar Nunes Robert (“Barbosinha”) e Claudecyr de Oliveira (“Noquinha”).
O número de mortos nos confrontos entre traficantes de drogas e a polícia no Rio já chega a 39 – sendo que três pessoas eram policiais militares e pelo menos seis eram moradores. Os tiroteios começaram no último fim de semana e, somente na sexta-feira passada, seis pessoas morreram, doze foram presas e dois adolescentes foram detidos durante operações em favelas do Estado.
O balanço da polícia não inclui as duas mortes registradas na quinta-feira, dia 22 na favela Vila Cruzeiro, na Penha. Segundo a PM, as duas vítimas foram encaminhadas para o Hospital Getúlio Vargas durante a madrugada por um morador da favela, mas já chegaram mortas ao local. A polícia ainda investiga se as mortes têm relação com os confrontos dos últimos dias.
Também na sexta-feira, três moradores foram baleados durante tiroteio entre criminosos e policiais na favela Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte da cidade. As vítimas de bala perdida foram levadas para o hospital Getúlio Vargas, na Penha.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, um homem de 51 anos, atingido no rosto, permanecia internado em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da unidade até ontem.
Outro homem, de 57 anos, que ficou ferido na perna, foi atendido e liberado. Já um aposentado de 86 anos, atingido por um tiro de raspão no tórax, dentro de um supermercado localizado em uma das entradas da favela, também recebeu alta e se recupera em casa.
A PM informou que uma mulher foi atingida de raspão em frente a uma padaria na comunidade, mas não precisou de atendimento médico e por isso não entrou na estatística. As famílias de alguns dos mortos alegam que não se tratavam de bandidos, mas de trabalhadores. O comando da Polícia Militar nega, mas garante que todos os casos estão sendo investigados pela corporação.