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O estudante de grego – coluna Sebatião Nery

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04.05.2010 política
Esta é uma velha, hilária e edificante história cearense. Faustino Albuquerque (Faustino de Albuquerque e Sousa) foi promotor no interior, juiz, desembargador, presidente do Tribunal de Justiça e governador do Estado de 1947 a 1951. Quando promotor, um amigo deu-lhe o filho para batizar e ainda pôs o nome dele no menino. Quando governador, uma tarde entrou no palácio o afilhado Faustino de Albuquerque Silva com uma carta do compadre pedindo um emprego para o filho. Não havia vagas. A muito custo, o governador descobriu uma de professor de grego. Nomeou Faustino de Albuquerque Silva. – Mas, padrinho, eu não sei grego. – Não precisa saber, porque não há aluno de grego. Vá embora e não me crie problemas.
FAUSTINOS
Todo fim de mês, Faustino de Albuquerque Silva passava no Liceu, recebia seu ordenado de professor de grego. Até que apareceu um ex-seminarista, muito estudioso, muito piedoso, querendo estudar grego. O afilhado correu ao palácio:
– Padrinho, me demita que apareceu um aluno de grego.
– Vá embora e não me crie problemas.
No fim do mês, o afilhado Faustino de Albuquerque foi ao Liceu receber o ordenado, procurou o diretor:
– Onde está o ex-seminarista que queria estudar grego?
– Não sei. Aconteceu uma coisa horrível com ele. Era tão bonzinho, ficava na biblioteca estudando. Veio a polícia, levou, nunca mais apareceu.