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MPE investiga a saída de presos para assaltar

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09.05.2009 Polícia Pág.: 18
Promotor instaura Inquérito Civil Público. Delegado afirma que um único preso dali fazia serviços fora da cela
Uma denúncia de que presos recolhidos na carceragem da Delegacia Metropolitana de Eusébio (DME) estariam saindo das celas a noite para cometer assaltos naquele município está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Eusébio, que tem como titular o promotor Evilázio Alexandre.
Um inquérito civil público já foi instaurado para apurar as denúncias, assim como a responsabilidade dos policiais civis lotados naquela delegacia, no que diz respeito a liberação dos presos da delegacia.
De acordo com as denúncias que chegaram ao MPE, os detentos saíam a noite, cometiam assaltos, inclusive com a participação de adolescentes, e, em seguida, voltavam para as celas. Para o promotor, dessa forma, eles dispunham de um ?perfeito alibi? nos crimes.
Nas celas
O representante do MPE disse ainda que todos os presos são considerados de ?alta periculosidade?, um deles, conforme o promotor Evilázio Alexandre, já teria sido condenado por assalto. O promotor recomendou ao delegado Adalberto Mateus da Costa, titular daquela metropolitana, que todos os presos, sem nenhuma exceção, devem ser mantidos no interior das celas.
Evilázio Alexandre solicitou ao juiz da Comarca de Eusébio a transferência dos presos que usufruíam desse privilégio naquela delegacia. O promotor disse ainda que poderá requerer o afastamento dos policiais envolvidos no caso.
Na tarde de ontem, a reportagem do Diário do Nordeste conversou com o delegado Adalberto Mateus da Costa acerca das denúncias e sobre a investigação do MPE.
Segundo o delegado, o promotor Evilázio Alexandre esteve na última quinta-feira na delegacia para falar sobre a investigação. De acordo com Costa, ele tem conhecimento de que um preso, identificado como Francisco Selmo Leone da Silva, 32, teria saído da delegacia, na noite do último dia 1º.
O delegado afirmou que já comunicou o fato ao superintendente da Polícia Civil, delegado Luiz Carlos Dantas, solicitando a instauração de um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade do policial que permitiu a saída do preso. ?Não autorizei a saída de nenhum preso daqui?.
Quanto as denúncias de que o detento teria cometido assaltos com adolescentes, Costa afirmou que não estava trabalhando no dia do fato, mas na segunda-feira seguinte tomou o depoimento do preso.
Selmo negou o crime e disse ao delegado que estava na frente da delegacia conversando e, ao presenciar os policiais militares chegando com adolescentes perguntando por ele e afirmando que ele teria cometido assaltos, ficou com medo dos PMs e foi para casa de seu pai, voltando na manhã seguinte para a delegacia. O delegado disse ainda que Selmo ficava durante o dia realizando pequenos serviços na área interna da delegacia.
Emerson Rodrigues Especial para Polícia