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Matou por causa de uma bananeira

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15.07 fortaleza
O caseiro Rômulo Ribeiro Coelho, acusado de matar um casal de empresários na Prainha falou ao O POVO. O relato dele impressiona pela frieza. Ele disse não estar arrependido pela morte do empresário, mas sim pelo assassinato de Maria Cristina
Landry Pedrosa –
Impressionante o depoimento do caseiro Rômulo Ribeiro Coelho, de 20 anos, acusado de matar a golpes de enxada e pauladas os empresários Marcos Sérgio Ferrari e Maria Cristina Saade Studart, na última segunda feira, na casa de praia do casal, na Prainha, em Aquiraz. Rômulo e a namorada, Ana Carla da Silva Guimarães, 31, foram presos por policiais militares, ontem pela manhã, no Conjunto Jereissati I, em Maracanaú. Os dois, com prisão preventiva decretada pela juiza Maria Valdileny Sombra Franklin, da 2ª Vara Criminal de Aquiraz, já foram transferidos da Delegacia do município para a delegacia de Capturas, na Capital.
?Matei os dois. E daí??, disse Rômulo Ribeiro, demonstrando frieza sobre o duplo homicídio, em entrevista exclusiva ao O POVO, concedida no início da tarde de ontem, na delegacia de Aquiraz. Ao se referir sobre a morte de Maria Cristina ele disse: ??Dei três pauladas na cabeça dela e com muita força. Ela caiu. Aí eu acabei a mulher com mais duas porradas?. E continuou: ?Pela morte do doutor Marcos Sérgio, juro que não estou arrependido. Ele era muito ruim comigo. Sempre me ameaçava quando não fazia as coisas direito na casa. Pela morte da mulher dele, sim estou arrependido, porque ela me tratava bem?.
Namorada
Rômulo faz questão de afirmar que a namorada dele não teve qualquer envolvimento no caso. ??Ela é inocente?, disse. A entrevista ao O POVO foi acompanhada pelo delegado Moacir Maciel Junior e pelo promotor de Aquiraz, Francisco Marinho.
O delegado Moacir Maciel Junior, titular da Delegacia de Aquiraz, também indiciou Ana Carla no inquérito policial. ??De qualquer maneira, ela concorreu para o caso. A fuga dos dois, depois do crime está evidenciada, conforme depoimento de uma testemunha?, explicou o delegado.
Rômulo disse ainda, ao O POVO, que matou Marcos Sérgio dentro do galinheiro, nos fundos da casa de praia. Ele contou que, instantes antes, tivera uma discussão com o patrão porque ele teria tentado obrigá-lo a plantar uma bananeira. ?Fui ameaçado nessa ocasião?. O caseiro disse que na entrada do galinheiro pegou uma enxada e atingiu Marcos Sérgio na cabeça. ??Ele nem sequer estribuchou. Morreu logo. Ficou muito sangue na areia?. Depois ele foi avisar a namorada sobre o que havia feito.
O caseiro afirmou que levou a namorada até ao local do crime e disse para a namorada: ?Agora vou matar a mulher dele?. Rômulo achava, segundo depoimento dele, que Maria Cristina, do segundo pavimento da casa, teria visto a morte de Marcos Sérgio. Rômulo disse que já encontrou Maria Cristina na cozinha. Já tinha em mão um cabo de picareta. ?Vou lhe matar?, sentenciou. Nessa ocasião, segundo o depoimento do caseiro, ele a atingiu com três golpes na cabeça.
TIPOS DE PSICOPATAS
Leve: aplicam pequenos golpes e enganam pessoas de bem. Não chegam a ferir as pessoas.
Moderado: Os moderados participam de golpes que prejudicam muitas pessoas e envolvem grandes somas em dinheiro. Podem arruinar empresas, dar ?rasteiras? nos colegas de trabalho, se promover à custa dos outros, mas também não sujam as mãos de sangue. Geralmente são charmosos, sedutores, inteligentes, têm poder de persuasão e habilidade para enganar.
Grave: Os mais conhecidos do público leigo e também o tipo mais raro. Além de cometer assassinatos a sangue frio, torturam suas vítimas. Grande parte dos serial killers está classificada neste nível.
CARACTERÍSTICAS DO PSICOPATA
Ausência de culpa: Não se arrepende nem têm dor na consciência.
Espírito sonhador: Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo se a situação do sujeito estiver miserável, ele só fala sobre as glórias que o futuro lhe reserva.
Habilidade para mentir: Não vê diferença entre sinceridade e falsidade.
Egoísmo: Não entende o que significa ?bem comum?.
Frieza: Não reage ao ver alguém chorando.
Parasitismo: Quando consegue a confiança de alguém, suga. O mais comum é pedir dinheiro e nunca pagar.
E-MAIS
Ana Carla da Silva Guimarães, a namorada de Rômulo Ribeiro Coelho, também falou ao O POVO antes mesmo de prestar depoimento no inquérito.
Ela disse que não teve qualquer envolvimento na morte do casal de empresários.
Contou que foi obrigada por Rômulo a fugir com ele no carro de Marcos Sérgio, após a morte do casal. Na rota de fuga, segundo ela,
passaram pela casa da mãe de Rômulo no Conjunto São Cristóvão. ?Ele também me obrigou a chamar a mãe dele. Saimos junto até ao Conjunto Prefeito José Walter, onde Rômulo abandonou o carro?.
A Polícia começou a investigar o caso após encontrar o veículo abandonado, na noite de segunda-feira, dia 12.
Ana Carla disse ainda que posteriormente, ela, a mãe de Rômulo e ele foram para casa de uma tia dele, na Barra do Ceará. Na noite da última terça-feira, segundo Ana Carla, os três foram para a casa de uma tia de Rômulo, no Conjunto Jereissati.
Lá foi o local em que os dois acabaram presos por policiais da Força Tática de Apoio (FTA) sob o comando do sargento Gilberto.
Ana Carla disse ainda que seu namorado nada levou da casa das vitimas. Antes Rômulo já afirmara ao O POVO que não roubou sequer um objeto da casa das vítimas. Nem mesmo, a CPU do circuito interno de vigilância.
Na última terça-feira, a Polícia havia informado que os caseiros teriam levado a CPU do circuito interno de vigilância, para não serem identificados. E que o caso não seria latrocínio (roubo seguido de morte), já que a Polícia havia encontrado R$ 4 mil no carro abandonado. O que reforçaria a ideia de queles não teriam matado para roubar.
Diferente do que foi publicado na edição de ontem, os empresários foram mortos a pauladas e com ajuda de uma enxada. A versão anterior seria de que eles teriam sido mortos com foice e picareta.