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Mais seis são presos por crime sexual

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29/07/2010
Dceca
Com a ação de ontem, já são 12 os presos por crime sexual desde semana passada. Outros 17 mandados estão em aberto
Policiais da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), da Divisão Antissequestro (DAS) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFV), coordenados pelo Departamento de Polícia Especializada (DPE), prenderam ontem seis pessoas acusadas de abuso sexual contra crianças e adolescentes, em Fortaleza e Região Metropolitana.
Na última semana, seis outros acusados também foram presos pelo mesmo crime, no início da operação que deverá ser encerrada na próxima semana. Os mandados de prisão, expedidos pela 12ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua, começaram a ser cumpridos às 6 horas e se estenderam até as 17 horas de ontem. Do toral de mandados, cinco pessoas citadas já estavam presas e sete não foram encontradas ou já estavam mortas.
Segundo a coordenadora da operação, delegada Ivana Timbó, titular da Dceca, ainda faltam 17 mandados a serem cumpridos. De acordo ainda com a delegada, os nomes dos acusados não podem ser revelados porque todos têm algum parentesco com as vítimas.
?São padrastos, tios e até os próprios pais?, revelou Ivana Timbó, que apontou ainda os bairros Bonsucesso e Presidente Kennedy como os mais críticos, além do município de Maracanaú.
De acordo com um inspetor que participou das prisões, muitos acusados e suas próprias famílias ficaram surpresos com o cumprimento dos mandados. ?Eles somente se deram conta que não voltariam hoje para as suas casas, depois que os advogados começaram a chegar à delegacia. Mesmo assim, foram conduzidos a Capturas ainda perplexos?, contou o inspetor, que não pode ser identificado por seguir na operação.
61 anos
Entre os seis presos, ontem, o que mais chamou a atenção foi um homem de 61 anos, que ainda se recupera de cirurgia de próstata, além de sofrer de diabetes. Ele é acusado de abusar sexualmente da enteada, quando a vítima ainda era criança – hoje tem mais de 18 anos. Já outro preso teve que ser transportado no banco traseiro da viatura, pois sofria de claustrofobia (medo de locais fechados).
Ivana Timbó lamentou que alguns mandados de prisão demoraram tempo para serem expedidos, mas reconheceu as dificuldades de um processo sobre abuso sexual.
E-MAIS
Para a assessora jurídica do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Nadja Furtado, a maior dificuldade em um processo sobre abuso sexual é o de materializar (provas) o crime. De acordo com a assessora, os crimes geralmente ocorrem sem testemunhas. ?A definição do abuso sexual fica por conta da perícia, mas tem que ver a sua agilidade?, observou.
Já um policial atentou para a omissão da família, que quase sempre tenta encobrir o crime, ?por vergonha ou pelo fato do agressor ser o único a gerar renda na casa?. Segundo o policial, a denúncia muitas vezes chega à delegacia por meio de vizinhos ou professores, mas em casos em que não houve conjunção carnal, o processo pode se arrastar por anos na Justiça.
Nicolau Araújo