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Maio Laranja: Justiça estadual inicia campanha de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes

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As ações para alertar e sensibilizar a população sobre o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes serão intensificadas pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), a partir desta sexta-feira (02/05), com o início do “Maio Laranja”. A programação inclui visitas a escolas e promoção de cursos para entrevistadores forenses. Além disso, as páginas oficiais do Poder Judiciário já trazem a flor, que é símbolo da campanha, e os canais de denúncia. Os prédios da sede do Poder Judiciário, no Cambeba, e do Fórum Clóvis Beviláqua (FCB), também estarão com iluminação laranja.

A iniciativa, coordenada pelo Núcleo de Depoimento Especial (Nudepe) do TJCE, é feita em parceria com o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e da Rede ECPAT Brasil.

“O Poder Judiciário, através do Nudepe, desenvolve um relevante trabalho voltado à proteção de crianças e adolescentes vitimadas por atos de violência ao promover a efetivação do direito de serem ouvidas de forma adequada e ética, nas demandas judiciais”, ressaltou a desembargadora Tereze Neumann Duarte Chaves, que está à frente do Núcleo.

PROGRAMAÇÃO

No Fórum Clóvis Beviláqua, a abertura da campanha será na próxima segunda-feira (05/05), às 14h. Já nos dias 12 e 14 de maio, as juízas titulares da 12ª Vara Criminal de Fortaleza e da Vara Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente (VECCA), Giselli Lima de Sousa Tavares e Suyane Macedo de Lucena Bastos, respectivamente, farão visitas às escolas Helenita Mota, no bairro Cais do Porto, e Dom Antônio de Almeida Lustosa, no Edson Queiroz, para conversar com estudantes e distribuir cartilhas informativas. Na ocasião, haverá a apresentação do espetáculo “Perten Ser – Uma jornada de proteção e confiança”, que traz uma história de prevenção e enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Segundo a juíza Suyane Macedo, a ideia é utilizar uma linguagem lúdica para prender a atenção do público. “As visitas às escolas têm por objetivo também promover a participação ativa da criança e do adolescente na própria proteção por meio da informação, de modo que elas mesmas se sintam habilitadas a acionar a rede de proteção, principalmente nas hipóteses em que o vínculo de confiança com os próprios familiares resta fragilizado por serem estes, em muitos casos, os autores de diversas formas de violência”, explicou.

A aproximação do Poder Judiciário às escolas tem como objetivo fortalecer a conscientização sobre a prevenção de todas as formas de violência contra crianças e adolescentes. Queremos mostrar de maneira concreta que a Justiça está presente para proteger os seus direitos, incentivando a participação ativa deles nesse processo. A visita busca esclarecer dúvidas, promover o diálogo aberto e incentivar a denúncia de qualquer situação de abuso, ajudando a construir uma cultura de respeito e proteção. Tudo isso de maneira lúdica e sensível, para que as crianças e adolescentes se sintam acolhidos e protagonistas na sua própria proteção”, acrescentou a juíza Giselli Lima.

Na mesma semana, entre os dias 12 e 16, o Programa Rede Aquarela, da Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci), que atua em parceria com o Judiciário estadual, promoverá atendimento, das 9h às 16h, no Fórum Clóvis Beviláqua. Os profissionais vão alertar sobre sinais e comportamentos que podem indicar alguma violação.

Já no dia 19 de maio, às 14h, está programado um curso de formação para entrevistadores forenses. Com o tema “Depoimento Especial e Alienação Parental, em conformidade com a Recomendação CNJ nº 157/2024”, a capacitação será conduzida pela psicóloga Rochelli Lopes Trigueiro, entrevistadora forense e supervisora de entrevistadores forenses.

A programação ainda conta com a realização do 7º Colóquio sobre Depoimento Especial, no dia 30 de maio, das 14h às 16h. O evento virtual tem como tema “Conectando Vozes – Transtorno do Espectro Autista e o estabelecimento de limites e possibilidades na comunicação com depoentes nessa condição”. O palestrante é o professor especialista Alexandre Dias Nunes de Melo, da Secretária de Educação do Município de Praia Grande (SP).

TRABALHO PERMANENTE

O Núcleo de Depoimento Especial do TJCE trabalha permanentemente para minimizar os traumas sofridos por crianças e adolescentes. A promoção de cursos para magistradas(os) e servidoras(es), quanto ao Protocolo Brasileiro de Entrevista Forense, adotado pelo TJCE, faz parte da rotina do Nudepe, que é responsável por selecionar e monitorar o exercício da função dos profissionais que integram o Cadastro de Entrevistadores Forenses. Atualmente, 50 profissionais estão em atividade.

O Nudepe ainda promove encontros intersetoriais com órgãos e entidades do Sistema de Justiça e com as unidades do Judiciário para aprimorar e unificar os fluxos dos processos judiciais, com o objetivo de tornar as audiências cada vez mais efetivas e humanizadas.

DEPOIMENTO ESPECIAL

Antes da lei nº 13.431/17, não havia um protocolo específico para a escuta de crianças e adolescentes envolvidos em processos judiciais. O depoimento era colhido na presença de diversos profissionais e até mesmo perante o agressor. A vítima falava sobre a violência sofrida em vários órgãos até chegar ao Judiciário, relembrando o trauma muitas vezes.

A nova lei definiu critérios, tanto de atendimento quanto de estrutura física, para obter as informações necessárias, causando o mínimo de transtorno possível à vítima, que passou a ser acolhida e assistida pelo entrevistador forense.

CARTILHA

O TJCE disponibiliza uma cartilha lúdica, voltada para as crianças e adolescentes, vítimas e testemunhas de violência, que explica como funciona o Depoimento Especial, procedimento adotado pela Justiça estadual durante as audiências. Idealizado pelo Nudepe, em parceria com a Assessoria de Comunicação do Tribunal, o material conta com a personagem Nudepinha e o personagem Nudepinho, que explicam quem são as(os) entrevistadores forenses e tudo o que acontece no dia do depoimento. Para acessar, clique AQUI.

CANAIS DE DENÚNCIA

 

Em caso de suspeita de violências contra crianças e adolescentes, a denúncia deve ser feita por um desses canais:

Secretaria de Direitos Humanos/Disque: 100

Secretaria de Direitos Humanos – WhatsApp: (61) 99656.5008

Polícia Militar: 190

Conselho Tutelar Fortaleza: (85) 3238.1828

Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente: (85) 3101.2044/2045

Ministério Público: 127

Casa da Criança e do Adolescente: (85) 87360.4088 e 98976.8946

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