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Grupo de Extermínio: defesa adia julgamento do Cabo Nonato pela terceira vez

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Um novo pedido da defesa adiou, pela terceira vez, o julgamento do policial militar Raimundo Nonato Soares Pereira, o “Cabo Nonato”. O júri estava previsto para ser realizado na manhã desta sexta-feira (13/11), pela 4ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, porém o advogado Paulo César Feitosa voltou a solicitar o adiamento alegando motivo de força maior. O juízo da 4ª Vara do Júri ainda não definiu uma nova data para o julgamento.
O Cabo Nonato está sendo acusado de participar do assassinato de Altamir Júnior Rodrigues Alves em 2006 e de integrar um grupo de extermínio formado por policiais. O réu está preso e responde por homicídio duplamente qualificado, artigo 121, parágrafo 2º, incisos I (mediante promessa de recompensa) e IV (recurso que impossibilitou a defesa da vítima) combinado com o artigo 29 (concurso de pessoas) e o artigo 288 (formação de quadrilha ou bando), do Código Penal Brasileiro.
Além do “Cabo Nonato”, Raimundo Josevane Pinheiro de Oliveira e Manoel Jacinto Pimentel de Oliveira figuram como réus na ação pelos mesmos crimes. O primeiro negou a participação no delito e recorreu da sentença de pronúncia, enquanto o segundo será julgado à revelia.
De acordo com a denúncia, o crime aconteceu em 22 de novembro de 2006 por volta das 7h45 na academia Central Fittness, bairro Mondubim, em Fortaleza. O réu, acompanhado pelo ex-policial Militar, Ademir Mendes de Paula, o “Fusqueta”, teria matado a vítima a tiros e em seguida fugido em uma motocicleta.
Depois de interceptação de conversas telefônicas, a polícia apurou que o homicídio foi encomendado pelo assaltante Marcos Paulo de Oliveira Soares, que cumpria pena no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS). O detento teria contratado os dois executores por intermédio de seu pai, Manoel Jacinto Pimentel de Oliveira, e de Josevane Pinheiro de Oliveira, policial militar conhecido como “Evandro”.
A polícia descobriu que o pai do detento estaria prestes a ser assassinado por “Cabo Nonato” a mando da vítima. Josevane Pinheiro, então, teria negociado o valor de R$ 10 mil para que o réu matasse Altamir Júnior e não mais o pai do presidiário.