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Catanã é inimputável vai para o manicômio

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19.03.2010 polícia
Por Mara Rodrigues
Especial para O Estado
Após vinte minutos de júri, o policial militar João Augusto da Silva Filho, o ?Joãozinho Catanã?, acusado de matar Francisco Clábio de Assunção em julho de 2004, foi considerado imputável, pois apresenta, segundo exames psiquiátricos, esquizofrenia paranoide, tipo de patologia que leva o paciente a ser desconfiado, reservado e a ter comportamentos agressivos. Com isso, Catanã ficará detido pelos próximos três anos no Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes (Manicômio Judicial), por medida de segurança, onde será tratado.
O julgamento teve início às 15:40 horas e foi realizado no 3o Tribunal do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, presidido pelo juiz José de Castro Andrade. Por um momento, o réu exaltou-secom a presença da imprensa, causando preocupação aos presentes. Ele não estava algemado e precisou ser contido pelos policiais da escolta. Minutos depois, o conselho de sentença votou por unanimidade de quatro votos a favor da absolvição do réu.
Segundo o juiz, na ocasião do crime, o réu não entendia o caráter ilícito do que fazia. ?Depois dos três anos, ele deve passar por uma nova avaliação e se estiver em bom estado de saúde deve arcar com seus crimes?, revelou o juiz. O próprio Ministério Público, representado pelo promotor Humberto Ibiapina juntamente com a defesa do réu, realizada pelo defensor dativo José Irton Veloso Frota solicitou a absolvição e o encaminhamento do réu para o manicômio, como medida de segurança. ?O resultado do exame é claro. Estamos agindo de acordo com a lei?, contou o promotor.
ACUSADO DE MATAR CRIMINOSOS
?Joãozinho Catanã? era conhecido por executar criminosos. Francisco Clábio, uma de suas vítimas, era usuário de drogas e acusado de roubos e, por conta disso, foi assassinado. Francisco Clábio estava em casa, na rua Monsenhor Hipólito Brasil, no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza, na companhia da mãe, quando um homem vestindo farda da Polícia Militar desceu da moto, entrou na casa e efetuou vários disparos contra a vítima, que faleceu no local. Após o crime, o acusado fugiu. ?Catanã? nega a autoria do crime.
Ele já foi julgado e condenado, no dia 30 de junho de 2009, a 20 anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, por formação de quadrilha e homicídio duplamente qualificado, pelo assassinato de Lucivando Borges de Queiroz, o ?Bodó?, em fevereiro de 2007, no bairro Otávio Bonfim. ?Catanã? está preso no Presídio Militar, localizado no 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM).