Vítima reencontra família
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- 24-01-2011
22.01.2011 cidade
Justiça apura caso de violência que garota teria sofrido no Mato Grosso. Reencontro com a família foi marcado por emoção
Após esperar três anos em que esteve longe de sua família, residindo no município de Várzea Grande, no Mato Grosso (MT) e mais quatro meses vivendo em um abrigo feminino de Fortaleza, a jovem de identidade preservada, hoje com 14 anos, viveu ontem, emoções ao reencontrar sua família, que mora na cidade de Reriutaba, a 309 quilômetros de Fortaleza.
O caso foi divulgado pelo Diário do Nordeste, que no dia 3 de abril de 2010 noticiou que a Polícia Civil do Mato Grosso estava investigando denúncia contra a família residente no município de Várzea Grande (MT), que teria comprado a garota de 11 anos, no Ceará, por R$ 700,00 e um lote de terra.
A garota teria sido submetida a maus-tratos, cárcere privado e abuso sexual. A Polícia informou que iria indiciar dois homens – pai e filho – por estupro e cárcere privado e a mãe por cárcere privado e ser complacente com a situação.
A jovem teria sido vendida pelos pais biológicos na cidade de Reriutaba quando tinha 11 anos e passou a conviver como esposa do filho do casal de idosos em Mato Grosso. A garota sofreria abuso sexual tanto pelo filho de 30 anos, como pelo pai de 60 anos. O Conselho Tutelar da Criança em Várzea Grande recebeu uma denúncia anônima e, enquanto faziam uma inspeção na residência, a adolescente teria sido mantida por cerca de uma hora dentro de um armário de cozinha.
Enganada
Para o presidente da Associação dos Conselhos Tutelares do Ceará, Eulógio Neto, os parentes da adolescente foram enganados. “Não houve troca. A Justiça investigou e entendeu que a família cearense foi tão vítima quanto a jovem. Eles usaram de má fé, a família aqui tinha pouquíssimas informações porque eles dificultavam esse contato”, afirmou Eulógio, que prometeu também que a garota será acompanhada pelo Conselho Tutelar do Município de Reriutaba.
A gerente da Rede Aquarela, que trata da política municipal destinada ao enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes, Germana Vieira, que abrigou em uma de suas unidades, a jovem de Reriutaba, disse que ela recebeu atenção e cuidados de sua equipe.
O problema da violência sexual e do tráfico de crianças e adolescentes torna-se uma situação “invisível”, que precisa não só ser notificado, mas investigado e acompanhado, comentou. “O tráfico é organizado e não é fácil combatê-lo, mas precisamos ficar vigilantes e isso está acontecendo com a ajuda da população que tem denunciado as ocorrências”, completou Germana Vieira.