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Verdadeira juíza

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10.05.2009 opinião / Idéias Pág.: 02
Já tínhamos dito que não iríamos mais à posse de nenhum desembargador em razão dos discursos enfadonhos, embora alguns de bom conteúdo cultural. Sim, porque o juiz quando chega lá no 2º grau, não precisa de demonstrar o quanto sabe, ou mesmo o advogado ou promotor de justiça, e como justiça é coisa de Deus , já estão muitos deles nos limites do saber jurídico, prontos, portanto, para fazê-la. Sem dúvida, porque dispõem de espécie de bússola mental capaz de levá-los à grande floresta do Direito, que, em consequência, poderão também desta poder sair. Pois bem, há poucos dias tivemos a honra e o prazer de assistir à pose da desembargadora Maria Nailde Pinheiro, pessoas com quem tivemos a grata satisfação de conviver durante três anos diariamente, ela como escrevente e nós como juiz. Pobre e humilde como nós, e nos identificamos pela vontade de trabalhar, acertar e sentir prazer quando notamos que fizemos justiça, apenas com a vantagem de ter mãe ainda hoje, e nós sequer tivemos a felicidade de conhecer a nossa. Portanto, era destituída de meios, mas ao mesmo tempo rica por ter ainda sua mãe. Talvez, nunca tenha chorado como nós choramos, pois, sempre que íamos a uma festinha de reuniões de mães e filhos, víamos como os abraçavam, isto é, com aquele amor diferente de todos que só elas mesmas sabem dar. Ademais, foi uma posse que nos deixou vislumbrados pela simplicidade como se realizou. Já apareceram ali a praticidade e a habilidade do atual presidente daquela casa de justiça, ou seja, apenas dois discursos, simples, porém, profundamente objetivos com certos lampejos de cultura. O primeiro proferido pelo desembargador Fernando Luis Ximenes, nosso possível ministro, e o segundo pela empossada desembargadora Maria Nailde Pinheiro. Na realidade, afirmamos com firmeza de propósito que ganhou o Tribunal uma excelente fazedora daquilo que nem todo mundo tem o dom de ofertar, ou mais precisamente justiça. É a desembargadora Maria Nailde Pinheiro, humilde e de excelente caráter, porém, ninguém se engane, quando preciso for, será altiva no sentido de dar o direito a quem tem.
Edgar Carlos de Amorim – Escritor