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Silêncio comprometedor

Ouvir: Silêncio comprometedor

22.06.10
Artigo – Adísia Sá
Creio que muitas ? se não todas ? repartições públicas mantém assessorias de Imprensa. E me pergunto: quais as suas atribuições, considerando que, na minha ótica, alguns fatos divulgados e merecedores de esclarecimentos e até desmentidos, têm o silêncio como resposta.
Por exemplo: dia 14 do corrente o jornal ?O Estado? publicou uma correspondência assinada por Francisco Valmir de Feitas, onde fatos ali expostos punham em xeque o Tribunal de Justiça do Ceará e teve o eco como resposta.
Vejamos:?no interior do Ceará existem processos com 20 anos encalhados.?
Isto é muito grave, considerando a propalada ?limpeza? feita pela caravana do Conselho Nacional de Justiça, em nosso Estado. E mais. ?Chegam a dizer que os judiciários são poucos, e não é verdade. A verdade é que não trabalham. Um juiz chega ao fórum às 10 horas e uma hora depois, às 11, ou antes mesmo, está saindo. Isso no dia em que ele vem , o que é uma novidade se ver um magistrado na cidade.?
Pelo fato de o missivista não ter citado um município, deixa todos na berlinda . E isto é profundamente desalentador. Afinal, a ausência de uma autoridade do Judiciário no município é motivo de preocupação, considerando que nem sempre a Polícia tem condições de enfrentar problemas de maior complexidade legal.
A carta faz outras considerações sobre Juízes, mas eu encerro com estas:?… um poderoso estava querendo aumentar as férias dos juízes para 60 dias. Pode um negócio desse, não fazer nada e ainda receber dois meses de férias? Isto é uma vergonha.?
Volto a perguntar:onde a assessoria de Imprensa do Tribunal, que não prestou esclarecimentos ou desmentidos ao missivista de ?O Estado??
Justiça para mim é entidade intocável e faz parte da trilogia indissolúvel, juntamente com Direito e Ética. Tocar ou omitir uma, é quebrar o eixo, ponto de apoio da sociedade.
Adísia Sá – Jornalista
adisia@secrel.com.br