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Salvo pelo gongo – coluna Macário Batista

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29.09.2010 política
Juazeiro do Norte (CE), 40 graus. Manoel Santana, o prefeito de Juazeiro do Norte, escorregou na ribanceira do pecado e teria sido cassado ontem à tarde, não fosse uma providencial liminar que suspendeu a sessão solene que já corria célere para apear do poder o prefeito. Minado por acusações de erros crassos à frente da prefeitura, Santana teve aberto contra si um processo de investigação que culminou com uma Comissão Processante.
Ouvidas dezenas de pessoas envolvidas com as denúncias chegadas à Camara Municipal, o relatório final, assinado pela vereadora Delian Pinheiro, que pedia um castigo exemplar para o prefeito: a perca de seu mandato. Em momento algum, com apenas um vereador a seu favor na Câmara de Juazeiro, Manoel Santana esboçou qualquer reação de defesa, deixando a coisa correr até que ontem à tarde, a sessão da Câmara instalou a Comissão e começou a votação. Quando já haviam votado 9 dos 14 vereadores do município, um oficial de Justiça chegou à Casa Legislativa e, sob fogo cerrado de vaias e empurrões, entregou uma decisão judicial ao presidente José de Amélia; uma liminar mandava suspender a sessão a apenas 5 votos de seu final. Ouvida a assessoria jurídica da Camara, o presidente entendeu que deveria mesmo acatar a decisão judicial, salvando Manoel Santana de uma cassação certa. Hoje, o jurídico da Câmara entrará com um pedido de revogação da liminar ao mesmo juiz, Arcellino Jácome, que poderá, ele mesmo, retroagir e mandar dar continuidade à sessão sobrestada. O clima é de tensão na cidade. Política e policial.