A luta contra a violência doméstica no Ceará tem muitas frentes. Após conseguir cessar a violência, as batalhas continuam. E conseguir uma independência financeira é um importante passo para que essas mulheres possam seguir, se reerguer. Foi pensando nisso que o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) celebrou um termo de cooperação técnica com o Centro Universitário Católico (Unicatólica) de Quixadá.

O documento, assinado por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJCE e do Juizado da Mulher de Quixadá, possibilita que mulheres que possuam ou já possuíram procedimento tramitando no Juizado da Mulher da Comarca sejam inseridas em vagas de emprego disponíveis na Unicatólica.

“Essa iniciativa, para além de agregar valor à prestação jurisdicional, coloca a mulher vítima de violência doméstica no centro de nossa atencionalidade. É um olhar diferenciado. Ver a mulher não como objeto da relação processual, onde ela recebe a amorfa designação de vítima, e sim como sujeito de direito, que precisa do apoio estatal para reescrever a sua história, e ressignificar o episódio violento que sofreu”, explica a juíza titular do Juizado, Verônica Margarida Costa de Moraes.

Ao TJCE, por meio do Juizado, compete selecionar as mulheres que serão beneficiadas pelo programa, observando o contexto econômico e social em que estão inseridas, além dos efeitos da violência doméstica e familiar a que foram submetidas. O convênio tem prazo de vigência de dois anos.

“Nesse contexto, a oferta de trabalho é uma forte aliada a vencer a violência doméstica, por possibilitar à mulher a sua autonomia financeira, romper o vínculo de dependência com agressor, e consequentemente o ciclo de violência a qual ela é submetida”, pontua a magistrada.