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Mutirão Carcerário e Sindicarnes assinam convênio para garantir emprego a ex-detentos

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A coordenação do Mutirão Carcerário do Ceará assinou nesta segunda-feira (23/11), às 14 horas, convênio com representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de Fortaleza (Sindicarnes) para aproveitamento de mão de obra de egressos do sistema penitenciário no Estado.
A reunião, que foi presidida pela juíza titular da Vara de Penas Alternativas, Maria das Graças Almeida de Quental, discutiu como será a seleção dos novos funcionários, bem como as condições trabalhistas especiais para os egressos, que são embasadas na Lei. ?É uma forma de resgatar a dignidade do homem através do trabalho e um dos caminhos para se combater a violência?, ressaltou a magistrada.
Inicialmente, o Sindicarnes ofertará dez vagas na empresa Duboi, uma de suas associadas. Ficou acordado que haverá um sistema de contratação diferenciado, com acompanhamento psicológico, incentivo à educação e alguns benefícios sociais como, por exemplo, auxílio refeição e vale transporte aos ex-detentos. Para o presidente do Sindicarnes, Everton da Silva, a reunião trouxe boas expectativas. ?O Sindicarnes, depois desse encontro, está disposto a apoiar o projeto de reinserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Esperamos que elas já comecem 2011 trabalhando?, afirmou.
Criado pelo Mutirão Carcerário e incorporado ao Programa Nacional Começar de Novo, do CNJ, o projeto de reinserção de egressos no mercado de trabalho já conta com a participação de entidades como Universidade Estadual do Ceará (Uece), Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Secretaria da Justiça e Cidadania, Secretaria de Assistência Social de Fortaleza, Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio), Sesi, Senai, Senac, Sesc, Sebrae, Defensoria Pública do Estado e da União, Pastoral Carcerária e empresa Metal Mecânica Maia.
O Mutirão Carcerário do Ceará é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça e pela Corregedoria Geral de Justiça. Ao todo, 18 ex-detentos já foram contratados pela Metal Mecânica Maia, três pelo Tribunal o TJ e quatro para Justiça Federal, somando um total de 25 egressos.
Segundo Davi Cruz, analista judiciário à disposição do CNJ, a sociedade deve acreditar nesse projeto. ?Estamos inaugurando e ensaiando um processo novo e temos que apostar nisso, não estamos pedindo vagas, mas dividindo responsabilidades?, declarou.