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Estudante é condenada a 18 anos de reclusão

Ouvir: Estudante é condenada a 18 anos de reclusão

17.12.2009 Polícia
Por Mara Rodrigues e Karla Barbosa Especial para a Redação
Depois de 10 horas de julgamento no Fórum Clóvis Bevilaqua, a universitária Lara França da Rocha, 22, foi condenada a 18 anos de prisão em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado, após ser acusada de queimar propositalmente a própria mãe adotiva, a aposentada Iracema Carvalho Lima, 73, no dia 23 de julho de 2008, quando dormia em seu apartamento no bairro de Fátima. A defesa representada pelo advogado Cristian Duarte afirmou que já recorreu à sentença e aguarda decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE).
A sessão começou por volta das 13h30min da terça-feira (15) e terminou as 00h45min de ontem. Foi presidido pelo titular da 3a Vara do Júri, juiz José de Castro Andrade. A universitária passou todo o julgamento de cabeça baixa e só levantou na hora de ouvir a sentença.
Repercussão
O advogado informou que Lara ficou inconformada com a decisão. Para ele, a repercussão do caso trouxe prejuízos para sua cliente. ?Acredito na transparência dos jurados. Mas eles foram injustos e a exposição do caso fez com que eles já viessem lotados de informações para formular uma decisão?, revelou. Cristian Duarte informou ainda que na ótica processual, não tinha nenhum indício que fundamentasse a condenação.
A sala de audiência estava completamente lotada por familiares e amigos da vítima, além de advogados e estudantes de direito. Lara já estava presa há um ano e três meses no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa. Cinco testemunhas de acusação prestaram depoimentos, entre elas os peritos do Instituto de Criminalística (IC), uma amiga da vítima e um vizinho que socorreu Iracema, além do frentista que vendeu a gasolina a estudante por R$ 6.
DEPOIMENTO
A estudante negou o crime e contou ainda em julgamento que foi coagida pelo advogado da família a confessar o crime. Insinuou ainda que a mãe teria cometido suicídio, pois tinha problemas de depressão e já tinha tentado contra a própria vida outras três vezes.
Familiares de Iracema, que trajavam blusas com fotos da dona Iracema e com o pedido de justiça, ficaram satisfeitos com a pena. O julgamento foi um dos poucos locais onde a família se encontrou com Lara, mas também não quis nenhum contato com a jovem.