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DNA confirma autoria do assassinato da garota Alanis

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13.02.2010 fortaleza
Luiz Henrique Campos – lhcampos@opovo.com.br
Demitri Túlio – demitri@opovo.com.br
A versão apresentada por Antônio Carlos dos Santos Xavier, o “Casim“, de que não teria sido o autor do estupro e assassinato da menina Alanis Maria Laurindo, 5, encontrada morta no dia 8 de janeiro deste ano, não tem fundamento. Um exame realizado por legistas da Perícia Forense do Estado do Ceará confirmou que o material recolhido no corpo da criança durante a necrópsia, contém amostras do DNA de Casim. O resultado do laudo, que tem caráter conclusivo, foi encaminhado ao delegado Lira Ximenes, do 12º Distrito Policial.
Segundo O POVO apurou, com o exame de DNA está caracterizada a autoria material do delito por parte de Casim e a probabilidade de erro é de 0,001%. Para a análise pericial foram colhidas amostras de sangue, cabelo, esperma, resíduos de roupa e pele do acusado para comparar com o que foi encontrado no corpo e vestimentas da garota Alanis Laurindo.
Uma das comparações se deu por causa do recolhimento de “dois filamentos negros, crespos (pelos pubiano de adulto)“, que estavam aderidos ao abdômen da vítima. O resultado do exame de DNA ficou pronto no último dia 5, quando se completaram 30 dias do estupro e esganamento da criança. Como é praxe em exames do gênero, foi realizada ainda uma contraprova.
De acordo com apuração do O POVO, a nova peça relativa ao crime afasta a versão de inocência apresentada por Casim e de que outras pessoas participaram da cena do crime. Mas não altera o resultado das investigações, pois o delegado Lira Ximenes já havia encaminhado à 2ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua o inquérito. Antônio Carlos foi indiciado por homicídio qualificado, estupro e ocultação de cadáver.
Ontem, o promotor Sílvio Lúcio C. Correia Lima afirmou em ofício enviado ao juiz Luiz Bessa Neto, da Vara de Execução Penal e Corregedoria dos Presídios, que não aceitava a tese de que Antônio Carlos Xavier tem transtornos mentais. O acusado, segundo Sílvio Lúcio, é um “maníaco sexual“.
Para o promotor, Casim “possui inteligência aguçada. Por isso, opinei pela manutenção da pena (por um estupro e tentativa de homicídio anterior ao de Alanis) para que não seja transformada em medida de segurança“, escreveu Sílvio Lúcio C. Lima.
Um exame, realizado por uma equipe multidisciplinar, constatou que o acusado seria portador de “transtorno de personalidade antissocial“. E verificou ainda que ele apresenta indício de periculosidade e que foi violentado sexualmente por um vizinho aos seis anos de idade, o que lhe provocou trauma e revolta. O estuprador está preso na Casa de Privação Provisória da Liberdade III, em Itaitinga.
E-MAIS
ASSASSINATO SEM CHANCE DE DEFESA
> A causa morte de Alanis Laurindo, segundo o exame de corpo de delito, aconteceu por traumatismo crânio-encefálico e asfixia por esganadura, com violência sexual associada.
> Segundo o exame cadavérico, que O POVO divulgou com exclusividade, Antônio Carlos dos Santos Xavier usou de “meio cruel pela capacidade reduzida de defesa da vítima por sua pouca idade (5 anos), pela multiplicidade, localização e diversidade das lesões“ encontradas no corpo da menina.
> Para a Coordenadoria de Análises Laboratoriais Forenses, foram enviadas fragmentos de unhas, além de outras amostras do corpo da garota para pesquisa de espermatozoide.
> Além disso, os peritos receberam vestimentas de Alanis. Uma calça jeans azul com cinto em couro róseo, uma camiseta azul com a figura de três óculos, uma fita de tecido vermelho no punho esquerdo, duas ligas róseas de prender os cabelos e um par de brincos com duas pedras cada – uma brilhante e outra vermelha.