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Delegada vai a Itatira e diz que ainda não tem respostas

Ouvir: Delegada vai a Itatira e diz que ainda não tem respostas

09.02.2011 Ceará
A delegada Ivana Timbó, titular da Dceca, esteve ontem, pela manhã, em Itatira para ouvir depoimentos da chefe do cartório da localidade de Lagoa do Mato e conversar com o juiz da cidade e com a família
Daniel, que teria morrido aos 4 anos, pode estar vivo em SP (DIVULGAÇÃO) ?A doutora Ivana (Timbó) esteve ontem na casa da minha irmã e disse que ela poderia começar a sorrir. E ela está muito alegre acreditando que seja um sinal de que tudo será solucionado?. A declaração é de Vanderi Alves Amorim, tio de Francisco Daniel Alves Prado, que foi considerado morto em outubro de 1999, quando tinha quatro anos de idade, e o seu suposto corpo enterrado pelos familiares que moram em Itatira, a 216 quilômetros de Fortaleza.
Ivana Timbó, titular da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) investiga a possibilidade de Francisco Daniel estar vivo, morando em Araçoiaba da Serra, interior de São Paulo.
Ontem, ela esteve no cartório de Lagoa do Mato, onde moram os familiares de Daniel, para ouvir o depoimento da chefe, Antônia Geni Lobo. ?Tomamos as declarações no cartório e conversamos com o juiz (de Itatira). Também estamos em contato com a delegacia de São Paulo. Mas ainda não temos respostas?, disse Ivana.
A suspeita de que Daniel está vivo surgiu quando a mãe, Laura, 39, soube, em janeiro passado, que uma mulher que se identificou como Cristina Borges conhecera um adolescente de nome Daniel, tendo aproximadamente 15 anos, no interior de São Paulo. Isso quando iniciara um relacionamento com um caminhoneiro chamado Ivan que teria lhe pedido para ajudar a matricular o garoto numa escola de Araçoiaba da Serra.
Com as informações do nome completo de Daniel, local e data de nascimento, além do nome dos pais biológicos, Cristina ligou para o cartório de Itatira e solicitou a segunda via da certidão de nascimento. Foi quando soube que o garoto tinha morrido. Geni Lobo, chefe do cartório, entrou em contato com a mãe de Daniel que foi até a Delegacia de Canindé, onde fizeram um Boletim de Ocorrência. O caso foi então transferido para a Dececa.
Daniel foi acidentado no fim de setembro de 1999, quando uma máquina de solda explodiu numa oficina mecânica. Ele, que só tinha quatro anos, e mais três pessoas ficaram feridos e encaminhados aos IJF. No começo do mês seguinte, após ser submetido a uma cirurgia, os pais receberam a notícia de que Daniel tinha morrido.
O IJF confirmou que o garoto teria morrido depois da cirurgia, no dia 8 de outubro de 1999. Maria Laura recorda que abriu o caixão e achou que se tratava do corpo do filho. Agora tem esperanças de que ele esteja vivo. A Dceca, o Ministério Público e a polícia de Araçoiaba estão investigando o caso. Segundo depoimento de Cristina Borges, na delegacia de Araçoiaba, o caminhoneiro Ivan desapareceu com o garoto.
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Com o filho considerado morto há mais de 11 anos, Francisco Evaldo e Maria Laura Prado, de Itatira, têm esperanças de que ele esteja vivo em São Paulo. A Dececa investiga o desaparecimento de Daniel que tinha quatro anos quando foi internado no IJF com queimaduras e teria morrido.
Rita Célia Faheina
ritacelia@opovo.com.br