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Cinco réus são interrogados no julgamento do assassinato da travesti Dandara dos Santos

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O interrogatório de cinco acusados da morte de Antônio Cleilson Ferreira de Vasconcelos (travesti Dandara dos Santos) terminou às 13h50 desta quinta-feira (05/04). Eles estão sendo julgados no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, desde as 9h46 desta quinta, sem horário para encerramento da sessão.
O julgamento começou com o sorteio dos sete jurados do Conselho de Sentença. Em seguida, a juíza Danielle Pontes de Arruda Pinheiro, titular da 1ª Vara do Júri, que preside o julgamento, leu a denúncia. Às 10h38, o primeiro réu, Francisco José Monteiro de Oliveira Júnior, começou a ser interrogado.
Na sequência, foi a vez de Jean Victor Silva Oliveira (iniciado às 11h14), Rafael Alves da Silva Paiva (12h10), Isaías da Silva Camurça (12h30) e Francisco Gabriel Campos dos Reis (13h10).
Após intervalo para almoço, às 14h40, tiveram início os debates orais, com tempo máximo de 2h30 para acusação e igual período para defesa, podendo ainda haver réplica, de até 2 horas, e tréplica, também pelo mesmo tempo. Após, haverá a formulação dos quesitos a serem votados pelos jurados. A sessão encerrará com a leitura da sentença, em plenário, pela juíza.
ACUSAÇÃO/DEFESA
A acusação é feita pelo promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais e pelo assistente de acusação Hélio Leitão. As defesas estão a cargo dos advogados Pedro Henrique Bezerra dos Santos (acusado Francisco José), André Luiz Barros Rodrigues e Wedla Oliveira Godinho (acusado Isaías da Silva) e por defensores públicos que atuam na Vara (para os demais réus). Os acusados respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e corrupção de menores.
SAIBA MAIS
A morte de Dandara ocorreu no dia 15 de fevereiro de 2017, por volta das 17h, no bairro Bom Jardim. A travesti foi espancada (socos, chutes e pauladas) e atingida com dois tiros de arma de fogo e forte pedrada na cabeça. A ação foi gravada por celular e divulgada na internet.
Em 21 de março de 2017, a juíza recebeu a denúncia do Ministério Público do Ceará e, em 30 de novembro, proferiu a sentença de pronúncia (decisão que submete a júri popular) contra os cinco que estão sendo julgados nesta quinta-feira e Júlio César Braga Costa. Esse recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça do Ceará.
O processo é monitorado pelo “Tempo de Justiça”, que acompanha homicídios, com autoria esclarecida, ocorridos na Capital a partir de janeiro de 2017. A magistrada Danielle Pontes destaca que houve esforço das instituições do Sistema de Justiça para dar celeridade ao julgamento.