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Celebrando 150 anos de história, TJCE realiza evento sobre adaptação às mudanças e convergência tecnológica para o avanço da Justiça

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Nestes 150 anos de história, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) vem evoluindo constantemente. Com a chegada da tecnologia, os avanços seguem em busca de mais eficiência, transparência e acessibilidade. A primeira edição do evento “Convergência TJCE”, que aconteceu nesta sexta-feira (02/02), trouxe o tema “Transformação digital no TJCE: Avanços e Perspectivas”, relembrando o passado, mostrando o que vem sendo feito no presente e o compromisso com as demandas futuras.

Durante a abertura, o presidente do TJCE, desembargador Abelardo Benevides Moraes, destacou o comprometimento com a jornada tecnológica dentro do Tribunal. “O evento ‘Convergência’ trata desses avanços e perspectivas da área digital no TJCE, mostrando o ontem, o hoje e o amanhã. Nós estamos dando continuidade ao que já vem sendo feito por várias gestões anteriores, então é com grande satisfação que eu faço essa instalação formal, especialmente neste momento, quando estamos comemorando 150 anos de Tribunal.”

Conselheiro do CNJ Luiz Fernando Bandeira de Melo Filho ministrou palestra no evento

No momento seguinte, um vídeo sobre a história do TJCE foi exibido aos presentes, seguido do painel “Automação e inovação – A transformação digital na prática” ministrado pelo juiz supervisor da Secretaria Judiciária Regional de 1º Grau das Comarcas de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha (Sejud Crajubar), Renato Esmeraldo, e pelo diretor negocial do Processo Judicial eletrônico (PJe), Miguel Mota.

Após a apresentação, o presidente do Tribunal recebeu o Prêmio Corregedoria Ética, na modalidade Desempenho, pelas mãos do conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fernando Bandeira de Melo Filho, que em seguida apresentou a palestra “Inteligência Artificial no Poder Judiciário”. Encerrando a manhã, o desembargador Abelardo Benevides lançou o aplicativo TJCE Mobile, desenvolvido para facilitar ainda mais o acesso ao Tribunal.

Presidente do TJCE lançou o aplicativo TJCE Mobile

No período da tarde, a programação foi retomada com as oficinas “Desenvolvimento de robôs”, “Simplificação de documentos” e “Design Thinking”. Para reforçar a importância das ferramentas digitais e da convergência entre as ações, a secretária de Tecnologia da Informação do Poder Judiciário estadual, Denise Norões, e o juiz auxiliar da Presidência do TJCE, Ricardo Alexandre da Silva Costa, apresentaram o painel “Perspectivas de Inteligência artificial no TJCE”.

Segundo Denise, o nível de sucesso dessa ferramenta vai depender da forma como é utilizada, sendo necessário um cuidado especial em aplicá-la “para o bem”. “A Inteligência Artificial é um ramo da Ciência da Computação que busca criar sistemas capazes de imitar a inteligência humana. Até hoje, ainda há pessoas que se assustam quando falamos em I.A. Elas se perguntam ‘o que a I.A. vai fazer com meu trabalho, com minha vida?’. Alguns desafios e preocupações passam por questões como a ética no uso de dados, o impacto nos empregos, além da privacidade e a ausência de transparência em algumas decisões tomadas por sistemas de I.A. É importante usar para melhorar o trabalho e para se dedicar a ações mais especializadas”, pontua a secretária.

O juiz Ricardo Alexandre da Silva Costa falou sobre as possibilidades trazidas pela convergência na utilização das diversas tecnologias. “Esse é o momento que estamos vivendo no TJCE, com vários projetos que abordam a tecnologia de formas distintas e que contribuem para uma transformação digital, que está avançando. Estamos no estágio inicial, em que trabalhamos para otimizar tarefas que são volumosas e repetitivas”, detalha o magistrado.

O enceramento desta sexta-feira ficou por conta do renomado consultor e escritor Dado Schneider, com a palestra “A Justiça mudou bem na minha vez”. O secretário-geral da Área administrativa do TJCE, Sérgio Mendes, fez a apresentação e explicou que a proposta foi fechar o evento do dia trazendo para a discussão o mais importante: as pessoas.

“Fomos o primeiro Tribunal do País a fazer um planejamento de dez anos, que tem como foco principal a transformação digital. Mas não uma qualquer, uma que se propõe a ser sistêmica, que não apenas busca entregar processos e serviços digitais, mas que prospecta novas tecnologias e inovações para remodelar a forma de trabalho, trazendo mais agilidade e processos mais inteligentes. E além de ser sistêmica, nossa estratégia se propõe a ser centrada nas pessoas e isso se reflete em projetos estratégicos que vêm sendo executados nos últimos anos. São ações que têm como objetivo principal promover o bem-estar, a equidade e a preparação de servidores e magistrados para a realidade digital”, comemora Sérgio.

Schneider falou sobre a disparidade entre as gerações e do quanto a Geração Y, de pessoas nascidas entre 1980 e 1995, teve que se adaptar às mudanças que atualmente vive a Geração Z, formada por aqueles que nasceram entre 1995 e 2010. “Eu pesquiso o comportamento das novas gerações há cerca de 17 anos e era chamado de louco quando falava o que ia acontecer agora. De uns 12 anos pra cá, começaram a prestar mais atenção e eu saí de louco para adivinho. Fomos preparados para um mundo vertical. O século XX tinha uma agenda vertical. Agora, tudo mudou e somos desafiados a acompanhar essas alterações”, debateu o pesquisador.

O evento “Convergência TJCE” integrou a programação comemorativa pelos 150 anos de instalação da Justiça cearense, que serão celebrados neste sábado, dia 03 de fevereiro.