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Apreensão recorde no Centro

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22.01.2011 polícia
O volume de apreensão foi tão grande que a Polícia precisou utilizar um caminhão de transporte de tropa do Batalhão de Choque (BpChoque) para conduzir a mercadoria até a Delegacia de Defraudações
Antes da operação, um trabalho de inteligência foi montado, no Centro, identificando onde os produtos eram vendidos
Uma operação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e desencadeada pelas polícias Civil e Militar, na manhã de ontem, em pontos-de-venda de produtos ´piratas´ na Malha Central de Fortaleza, resultou em uma apreensão recorde, que ultrapassou o número de 72 mil CDs e DVDs falsos. Além disso, 31 pessoas foram detidas, entre elas, 14 adolescentes.
O ´choque de ordem´ realizado pela Polícia nas ruas Liberato Barroso, Guilherme Rocha, Barão do Rio Branco e no ´Buraco da Jia´ (na Praça da Sé), estava em planejamento há alguns dias pela Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin) da SSPDS, o Serviço de Inteligência da PM, Departamento de Inteligência Policial (DIP) e a Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).
Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, titular da DDF, forneceu detalhes da ação policial. Segundo ele, durante o trabalho de planejamento, 42 locais onde ocorria a venda diária de CDs e DVDs falsificados foram monitorados pelos serviços de inteligência.
Ontem, nas primeiras horas da manhã, em cada ponto previamente identificado, duplas de policiais, totalizando 64 homens, aguardaram até as 11 horas. “No momento certo teve início a varredura e a sequência de prisões e apreensões”, disse.
O alvo da ação policial, não foi somente o vendedor que comercializava o material em bancas instaladas nas ruas. O maior número de DVDs e CDs apreendidos, segundo a Polícia, foi no ´Buraco da Jia´ e numa sala comercial, no Centro, bem como, no interior de um veículo, onde os policiais apreenderam milhares de discos ´piratas´ e, aproximadamente, R$ 4 mil.
´Limpeza´
Linhares ressaltou que, além do número de produtos falsificados apreendidos, a quantidade de prisões foi um dos pontos mais importantes. Somente na loja onde foi encontrado um ponto de distribuição, quatro pessoas acabaram capturadas. “Fizemos o trabalho de forma inteligente e cirúrgica. Nosso objetivo foi alcançado, que era exatamente a realização das prisões. O segundo passo é a destruição desse material imprestável. Vamos fazer um apelo ao Judiciário para que determine a autorização para destruir esses produtos o mais rápido possível”, declarou.
De acordo com Linhares, essa foi a primeira, de muitas ações contra a pirataria que serão realizadas em Fortaleza. O delegado afirmou que o combate vai continuar sendo realizado em toda a linha de produção e nos elos dessa cadeia criminosa, desde o fabricante até chegar ao vendedor que está nas ruas.
“Não vamos parar com nossas operações. A determinação do secretário de Segurança (coronel Francisco Bezerra) é que limpemos não só o Centro da Cidade, mas procuremos coibir de forma sistemática esse tipo de atividade criminosa em toda a Capital cearense”.
Durante a entrevista à Imprensa, o titular da DDF, salientou que, desdobramentos dessa operação e de outras investigações em curso podem ocorrer em breve. “Por uma questão estratégica não vamos dar detalhes dessa continuação, mas o nosso objetivo é perseguir a distribuição”, destacou.
O diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Jairo Pequeno, enfatizou o trabalho conjunto realizado pelas polícias Civil e Militar, como apoio de delegacias especializadas. Conforme o coronel PM Jarbas Araújo, chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), o combate à pirataria seguirá de forma incessante, pois, segundo o oficial, por trás do dinheiro arrecadado com essas práticas criminosas está o tráfico de armas e de drogas.
Adolescentes
O grande número de adolescentes apreendidos foi um dos pontos marcantes da operação. Dos 31 detidos, 14 eram jovens menores de 18 anos. Os adultos presos, entre eles, uma mulher grávida, foram autuados em flagrante no crime previsto no parágrafo 2º do artigo 184 do Código Penal (violação de direito autoral), que prevê pena de dois a quatro anos de prisão.
EMERSON RODRIGUES
REPÓRTER