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Acusada de matar a mãe adotiva vai a julgamento popular pela 3ª Vara do Júri

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A 3ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua levará a julgamento nesta quinta-feira (03/12), às 13h, a estudante Lara França Rocha, de 22 anos. Ela está sendo acusada de ter matado Iracema Carvalho Lima, sua mãe adotiva, em incêndio supostamente forjado, no mês de julho de 2008, no bairro de Fátima, em Fortaleza.
Segundo a acusação do Ministério Público, o crime aconteceu na madrugada do dia 23 de julho de 2008. A vítima dormia em um dos cômodos do apartamento em que vivia com a acusada, quando Lara, depois de ter arquitetado o plano no dia anterior, derramou gasolina no quarto e ateou fogo, para tirar a vida da própria mãe adotiva. Iracema ainda foi socorrida e levada para o Instituto José Frota (IJF), porém não resistiu às diversas queimaduras e faleceu.
De acordo com a promotoria, o motivo do crime teria sido problemas de relacionamento entre vítima e acusada ter piorado nos últimos anos por conta, sobretudo, de débitos que Lara tinha feito no cartão de crédito da mãe, valor que ultrapassava R$ 20 mil. Outro possível motivo das desavenças seria o fato de Lara ter iniciado relacionamento amoroso com outra mulher.
O Ministério Público aponta também que o relato de testemunhas dá conta de que, por várias oportunidades, Lara gritava durante a noite e se ouvia ainda barulho de louças quebrando e pancadas nas portas.
Em seu depoimento à autoridade policial, Lara confessou o crime, dando detalhes do evento, porém depois, em uma ?carta à sociedade?, que escreveu dentro do Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa, ela nega a autoria e diz que foi forçada a confessar o crime, hipótese essa trabalhada pela sua defesa.
A acusada foi pronunciada para ir a Júri Popular em decisão do dia 19 de novembro de 2008. Os advogados Cristian Abreu Duarte e Alexandre do Carmo, que fazem a defesa da acusada, recorreram da sentença, porém tiveram o recurso negado pelo Tribunal de Justiça do Ceará.
Lara França Rocha, que está presa, será julgada por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel (fogo) e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A promotora Joseana França fará a acusação no julgamento presidido pelo juiz José de Castro Andrade, titular da 3ª Vara do Júri.