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Vara da Infância e Juventude de Caucaia promove palestra sobre adoção

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Famílias que já adotaram e outras que estão na fila da adoção lotaram o auditório do Fórum de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, para participar de palestra sobre a “Conscientização dos adotantes quanto ao seu papel de pais”. O evento, promovido pela Vara Única da Infância e Juventude da Comarca, ocorreu na manhã desta sexta-feira (03/06).
A advogada e professora Ana Carla Bessa, autora do livro “Só Família”, que trata de relacionamento conjugal e educação dos filhos, falou sobre o assunto. Para ela, a adoção é um ato extremo de amor e, antes de tudo, uma criança adotada precisa ser gerada dentro do coração da mãe e do pai.
“Neste mundo, onde tantos discutem sobre entregar seus próprios filhos, não querer gerar o filho ou querer ter o direito de extrair o filho de dentro de si, é maravilhoso encontrar pessoas que, não tendo gerado, colocacam essas crianças dentro dos seus corações, dentro das suas histórias, o que é uma grande responsabilidade”, salientou.
A palestrante também falou sobre a forma como se comportam pais que têm filhos biológicos e adotivos e pediu a eles que evitem qualquer tipo de excesso. “A gente sabe que nenhum ser humano é igual ao outro. Sendo assim, há um apelo de cada filho de ser tratado com essa diferença, conforme a sua necessidade. No entanto, tratar um filho para mais ou para menos, isso sim vai contra qualquer pensamento em educar para a felicidade”, destacou.
A juíza Elizabete Pinheiro, titular da unidade, disse que o evento teve como objetivo acompanhar as famílias que concluíram o processo de adoção, além de permitir a troca de experiência delas com as que estão na fila de espera.
“A gente faz um trabalho diferenciado de acompanhar as famílias além do processo. Elas continuam recebendo visitas da nossa equipe multidisciplinar, que verifica se está tudo bem, se precisam de alguma ajuda. Esses encontros ainda permitem a troca de experiência entre as famílias que adotaram e as que pretendem adotar. São importantes para dar mais segurança e força”, explica.
A magistrada ainda resssaltou que a adoção só é possível quando são esgotadas todas as tentativas de reinserção da criança na família biológica. Ela acrescentou que os pretendentes a pais passam por cursos para se tornarem aptos. “A gente só pode sentenciar quando tem a certeza do que está fazendo, até porque a adoção é irrevogável”, conclui.
Após a palestra, o público conferiu apresentação da cantora Ludmila Amaral. Também foi servido um café da manhã para as famílias.
A EXPERIÊNCIA DE QUEM ADOTOU
A professora Ieda Lima tem três filhos. São dois biológicos e uma adotiva, que é a caçula da família e a maior companheira da mãe. “Só não nasceu de mim, mas é minha filha. A Dara tinha um ano e três meses quando meu esposo morreu e ajudou muito a superar a dor da perda dele. Hoje ela tem oito anos e pra mim é tudo”.
Vanessa Nascimento e Carlos Alberto sempre tiveram vontade de adotar. Após oito anos de casamento, deram início ao processo. O que eles não imaginavam é que, um mês depois, Vanessa estaria grávida. Mesmo assim, não desistiram do sonho. Hoje, eles são pais de Sofia, que tem um ano de sete meses, e Gabriel, que está com onze meses.
O menino chegou na família em dezembro do ano passado. “Desde quando a gente se conheceu, a gente conversava sobre esse assunto, a gente realmente queria adotar. É tão satisfatório! Hoje é como se fossem gêmeos. Um sente falta do outro, eles já se amam muito e nós amamos os dois”, relata Vanessa. O açougueiro Carlos Alberto concorda com a esposa e não descarta a possibilidade de adotar outras crianças. “Quem sabe no futuro, né? Podem vir mais dois. Vamos ver”, avalia.
A auxiliar de farmácia Jurlene Ribeiro sempre quis ser mãe e encontrou na adoção a possibilidade de realizar o sonho. “Me informei, com pessoas que já adotaram, e vim ao Fórum para dar início ao processo. Nunca vou me esquecer da primeira vez que a vi, ainda no abrigo, e a cada dia que passa sou mais feliz, é um amor incondicional”, conta emocionada.