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Policial militar acusado de assassinar homem  com tiro de escopeta no rosto vai a júri popular

Policial militar acusado de assassinar homem com tiro de escopeta no rosto vai a júri popular

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O policial militar Ricardo Antônio Bento Burgos será julgado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Várzea Alegre, distante 446 km de Fortaleza. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado cometido em 29 de julho do ano passado.
De acordo com os autos (nº 5313-90.2010.8.06.0181/0), Elealdo Almeida da Silva, de 29 anos, estava em um bar na comunidade do Sanharol, em Várzea Alegre. O policial também estava no local.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP) do Ceará, em determinado momento, apresentando sinais de embriaguez, a vítima começou a quebrar garrafas. A proprietária do estabelecimento chamou a Polícia. O acusado disse à mulher que poderia resolver o problema, mas ela afirmou que não seria necessário.
Antes que a força policial chegasse, Ricardo Burgos deu um tiro de escopeta calibre 12 no rosto da vítima, que teve morte imediata. Segundo o processo, o réu ameaçou as testemunhas. Ele ordenou que dissessem que o crime havia sido praticado por dois homens, em uma moto.
A promotora de Justiça Yháscara Lacerda Cabral denunciou o PM por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil, mediante traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido). O réu, que está recluso por força de mandado de prisão preventiva, confessou o crime, mas disse ter agido em legítima defesa.
Ao analisar o caso, o juiz Gustavo Henrique Cardoso Cavalcante, de Várzea Alegre, acatou o pedido do MP e pronunciou o réu, determinando o julgamento pelo Tribunal Popular do Júri. “Parece-me incerta a hipótese segundo a qual um policial militar se defenda de pessoa embriagada apontando-lhe uma pesada arma de fogo logo para o rosto, ciente de que a lesão que produziria, seria seguramente fatal”, afirmou o magistrado.
EXTORSÃO
Ricardo Burgos também responde a processo, por extorsão, na 1ª Vara Criminal de Juazeiro do Norte. Ele foi acusado, em 2010, juntamente com outros policiais civis e um ex-militar de exigir dinheiro de pessoas que possuíam veículos em situação irregular.