Policiais militares que atuam no Poder Judiciário participam de palestra sobre prevenção do assédio moral e sexual
- 1750 Visualizações
- 01-08-2025
Para assegurar um ambiente de trabalho cada vez mais respeitoso, bem como um melhor atendimento ao público, as Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação de 1º e 2º Graus do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) promoveram, nesta sexta-feira (1º/08), a palestra “Prevenção do Assédio Moral e do Assédio Sexual”, direcionada aos Policiais Militares vinculados ao Poder Judiciário cearense. O evento reuniu mais de cem participantes no Espaço das Servidoras e dos Servidores do Fórum Clóvis Beviláqua (FCB).
A palestra começou com a juíza Maria do Socorro Montezuma Bulcão, presidenta da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do 1º Grau. A magistrada esclareceu que o assédio moral é qualquer conduta abusiva manifestada por comportamentos, palavras, atos, gestos ou textos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, colocar em perigo o emprego ou degradar o ambiente de trabalho.
“A gente precisa pensar que, quando o ambiente de trabalho se deteriora, ele desencadeia processos de adoecimento às vítimas e compromete a saúde dessas pessoas, a segurança dessas pessoas”, salientou a juíza. A magistrada ainda acrescentou que o Judiciário estadual tem trabalhado no desenvolvimento de uma ferramenta virtual para facilitar o registro de notícias de assédio moral ou sexual, que atualmente é feito via e-mail.
Logo em seguida, o juiz Magno Rocha Thé Mota, membro da mesma Comissão, falou sobre o assédio sexual, que pode ocorrer sob forma verbal, não verbal ou física, com o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador. “É necessária uma única conduta para que ele se configure. Um olhar invasivo, algo do tipo, isso já configura um assédio sexual. A maior incidência é de vítimas mulheres”, frisou.
Ao final da palestra, foi aberto espaço para tirar dúvidas. O tenente-coronel Álvaro Júnior, chefe da Assistência Militar do TJCE, disse que a capacitação contribui para um melhor direcionamento da equipe em casos de assédio. “É um assunto extremamente delicado e, em estar sendo tratado por dois magistrados especializados nessa área, nos sentimos orgulhosos e honrados em recebermos essa orientação.”

APRIMORAMENTO
O tenente-coronel explicou que agora estão mais preparados para observar as situações dessa natureza e até mesmo para coibir. “Como, no nosso próprio meio, evidentemente não estamos livres disso, podemos nos ater dessas técnicas, exatamente para evitar esse assédio também; e, por se tratar de algo muito sensível, muito complicado, que pode reverberar em dificuldades emocionais futuras, podem impactar em doenças fisiológicas, nós, recebendo esse conhecimento, toda essa técnica de abordagem, vamos estar também sendo capacitados e passaremos então a ser multiplicadores dessa temática, no sentido de coibir e ajudar aqueles que a gente vislumbre que já estejam passando pelo assédio, seja ele moral ou sexual.”
A soldado Thayse Samara Fontenele da Silva considerou que a palestra foi fundamental para o aprimoramento da rotina com os demais colegas. “Isso é muito importante para nós servidoras, pra gente sentir mais segurança no desempenho do nosso trabalho e haver, no ambiente de trabalho, harmonia e respeito mútuos. E também a conscientização, para que as boas maneiras e atitudes de respeito sejam diariamente exercidas entre os superiores, os subordinados e os pares.”
Para o oficial Evaldo Almeida, que atua no serviço de supervisão do FCB, o treinamento ainda garante que o atendimento ao público que procura o Poder Judiciário seja cada vez mais qualificado. “Serve tanto para o nosso dia a dia como para o nosso trabalho. A gente lida com pessoas que vêm para este local com problemas. E a gente tem que ter um tratamento bem adequado, respeitoso.”
A iniciativa, realizada em parceria com a Seção de Capacitação (Secap) do Fórum, integra o conjunto de ações educativas promovidas pelo Judiciário para o enfrentamento de práticas abusivas no ambiente institucional. O objetivo é promover um ambiente de trabalho seguro, saudável e inclusivo para todas e todos que integram a Justiça cearense.
Para saber mais sobre o assunto, acesse a CARTILHA ESSENCIAL.




