O Mutirão Financeiro com ações do Banco Bradesco obteve 49 acordos nas 93 audiências realizadas, o que corresponde a 52,68% de êxito. A força-tarefa foi realizada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Fórum Clóvis Beviláqua.

O trabalho teve início no último dia 11 e foi concluído nessa sexta-feira (14/06). A coordenadora do Centro, juíza Natália Almino Gondim, avaliou positivamente o evento. “As pessoas têm dificuldades em pagar suas dívidas. Ainda assim, mais da metade dos que compareceram negociou, logrou acordo e saiu satisfeita”.

Entre elas, a advogada Jacqueline Bento, que representou cliente inadimplente por conta de dívida contraída pelo uso de cheque especial. A solução foi parcelar o débito do consumidor, que pagará uma entrada de 30% e o restante em 60 parcelas. “Se não fosse o acordo, esse caso não teria sido resolvido tão rapidamente. O mutirão foi bastante útil para os devedores com interesse em pagar o débito, pois o banco apresentou propostas razoáveis”, disse a advogada.

O comerciante J.L. também aprovou a iniciativa. Ele queria quitar um parcelamento de automóvel, que tinha 16 parcelas atrasadas e sete a vencer, mas não concordava com os descontos oferecidos e os juros cobrados pelo banco. O impasse só foi resolvido na audiência de conciliação, que resultou em valor satisfatório para ambas as partes. “É uma economia de tempo para o cliente e para as operadoras de linhas de crédito. Todos saem ganhando”, ressaltou.

PARCERIAS

O Mutirão Financeiro envolveu ações revisionais, declaratórias, de cobrança, busca e apreensão, reintegração de posse, entre outras, que tramitavam nas 30 Varas Cíveis da Capital.

O evento foi realizado em parceria com o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) e com o Grupo de Auxílio para Redução do Congestionamento de Processos Judiciais da Capital.

Também contou com a participação voluntária dos estudantes de Direito do Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade Estácio/FIC. Entre eles, Maria da Conceição Martins, que cursa o sétimo semestre. “Fazemos a cadeira de conciliação na faculdade e é importante ver como ocorre na prática”, comparou.