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Mutirão Carcerário destaca ressocialização de detentos do IPPOO II como modelo no Estado

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A iniciativa bem-sucedida de ressocialização dos presos do Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II), conhecida pela coordenação do Mutirão Carcerário em visita feita à unidade na última terça-feira (06/10), será recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que seja implementado em todas as unidades prisionais do Estado. A afirmação é do juiz federal e representante do CNJ no Mutirão Carcerário, Marcelo Lobão.
?Após essa visita, estamos todos com o espírito revigorado e com a certeza de que é possível a recuperação do preso. Vimos aqui mais de 100 presos prontos para se reintegrar à sociedade. Vou recomendar para a Secretaria de Justiça (Sejus) que implemente esse projeto em todas as unidades do Estado porque, apesar de não demandar recursos financeiros, é o que tem o maior índice de recuperação?, afirmou o juiz.
O projeto, que mereceu o elogio do representante do CNJ no Mutirão Carcerário, trata-se de um compartilhamento da administração do presídio com os detentos, o que inclui limpeza e manutenção, além do incentivo à leitura, aos estudos e às atividades espirituais.
?Aqui, nós não nos sentimos mais presos porque se tornou um lugar de reconstrução. Agora, nos sentimos com a responsabilidade das nossas vidas sobre os nossos próprios ombros e todos vamos honrá-la?, disse Hamurábi Simplício Cutrim da Silva, preso há três anos no IPPOO II.
Apesar da iniciativa positiva, o juiz Marcelo Lobão apurou com a diretora da unidade, Ruth Leite Vieira, que o presídio abriga 195 detentos a mais do que permite a sua capacidade. Ao todo, existem 687 presos para 492 vagas. A diretora também informou que a assistência médica oferecida para os detentos é precária assim como o fornecimento de materiais de higiene pessoal está suspenso porque o contrato expirou.
Outra necessidade da unidade prisional, apontada por Ruth Vieira, é a construção de galpões para a instalação de novos centros de trabalho, a exemplo dos que abrigam as oficinas de marcenaria, tapeçaria e de corte e costura já existentes.
A visita ao IPPOO II contou com a presença do representante do CNJ, juiz federal Marcelo Lobão, do titular da Vara de Execuções Criminais, juiz Luiz Bessa Neto, de promotores, defensores públicos e da equipe administrativa do Mutirão Carcerário.