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Marcha da Maconha vira protesto pela liberdade

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Fprtaleza 17.05.2010
Em uma espécie de “guerra fria“, manifestantes e policiais disputaram ontem o domínio do acesso ao anfiteatro da Volta da Jurema, por quatro horas, depois que a Justiça proibiu a Marcha da Maconha. O movimento adiou a marcha para o dia 1º de agosto
Durante quatro horas, policiais e manifestantes da Marcha da Maconha travaram uma espécie de “guerra fria“, ontem à tarde, na avenida Beira Mar, depois que a Justiça proibiu o movimento em Fortaleza, na tarde do último sábado, durante o sistema de plantão.
Enquanto os manifestantes decidiram transformar a marcha em um ato a favor da liberdade de expressão, policiais federais, civis e militares apreenderam uma camisa com o desenho da folha da maconha, além do filme de uma máquina fotográfica, depois que um manifestante decidiu fotografar sete agentes da Polícia Federal.
“Algumas pessoas souberam da proibição de última hora, outras nem sabiam. Mas isso não justifica a atitude da Polícia. Queremos o filme de volta, vamos buscá-lo lá na Superintendência da Polícia Federal“, afirmou a advogada Roberta Braga, que responde juridicamente pelo movimento.
“Eles (manifestantes) não podem ficar tirando fotos ou filmando os policiais, pois trabalhamos nas ruas, algumas vezes disfarçados, e não podemos ser expostos na Internet“, justificou a apreensão do filme o delegado Glayston Araújo, responsável pelo Departamento de Repressão de Entorpecentes da Polícia Federal.
Outro momento tenso foi quando a Polícia Civil apreendeu uma camisa de um manifestante, que tinha a folha da maconha desenhada. Um inspetor foi buscar a camisa, no momento em que o manifestante a entregou para uma amiga. A jovem chegou a hesitar em entregar a peça de roupa. “Pega a camisa“, gritou o delegado Everardo Lima, titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc). Trêmula, a jovem entregou a camisa e chorou.
Nova data
O coordenador do movimento, José Pinheiro Júnior, 20, disse que espera que a Marcha da Maconha ocorra em 1º de agosto, depois que a Justiça julgar o recurso contra a proibição.
E-MAIS
>O comandante da 1ª Companhia do 5º Batalhão (Aldeota), major Océlio Alves, disse que não houve prisões porque os manifestantes não fizeram apologia à droga em seus cartazes. “Mas é bom deixarmos claro que não houve a marcha“, ressaltou.
>A Marcha da Maconha tem como objetivo o de provocar a discussão sobre a liberação do consumo da droga. No Brasil, o movimento ganhou força a partir de 2007, no Rio de Janeiro.