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Justiça de Juazeiro arquiva processo contra delegado Levi

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Polícia 01.02.2011
Por Roberto Bulhões
A juíza da 2ª Vara Criminal de Juazeiro do Norte, Christianne Magalhães Cabral atendeu a solicitação do Ministério Público e resolveu arquivar o processo contra o delegado de Polícia Civil, Levi Gonçalves Leal. Em sua sentença a magistrada entendeu que a conduta atribuída ao delegado Levi Leal não pode ultrapassar de um ?peculato de uso? e que não houve em nenhum momento a intenção do acusado de apropriar-se do veículo apreendido. A juíza acrescentou ainda que o delegado usava o veículo apreendido devido à falta de viaturas na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte e, em nenhum momento chegou a demonstrar a intenção de se apoderar do bem alheio.
O delegado Levi Leal foi preso na chamada ?Operação Tormenta? realizada no dia 02 de dezembro de 2010, acusado de peculato, porque estava de posse de um veículo apreendido pela Policia de Juazeiro. A operação solicitada pelo Ministério Público foi comandada pela Polícia Federal, junto como um delegado da Corregedoria da Polícia Civil. Desde o momento que foi convidado a ir à sede da PM em Juazeiro, onde recebeu voz de prisão, Levi Leal afirmou que tudo não passava de perseguição a sua pessoa e culpou o então secretário de Segurança da época, Roberto Monteiro de ter armado tudo.
Com a sentença da juíza em mãos, de 25 de janeiro, o delegado Levi Leal reuniu a imprensa e fez questão de contar que foi vítima de uma perseguição ferrenha de Roberto Monteiro, por não aceitar sua ingerência nas investigações que foram feitas no caso do sequestro e espancamento do jornalista Gilvan Luiz, em Juazeiro do Norte. Segundo o delegado, ?o Sr. Roberto Monteiro queria interferir no meu trabalho e isso eu não admiti nem admito. Tudo que apurei no caso Gilvan Luiz está na Justiça e não mudo uma vírgula?, disse o delegado Levi.
PERSEGUIDOR
O delegado acusa Roberto Monteiro de persegui-lo ao extremo, a exemplo, segundo o próprio, do que fez com outros delegados da Civil e oficiais da Polícia Militar. ?Em outubro estive no gabinete do então secretário e disse a ele o que tinha vontade de dizer e que ele nunca pensou em escutar?. Afirmou Levi Leal, ironizando e dizendo que ?o Sr. Roberto Monteiro deu um tiro no próprio pé. A exemplo de outros delegados e oficiais da PM fizeram, vou acionar a Justiça com ação cível, administrativa e criminal contra o estado e contra o ex-secretário?. Com os olhos cheios de lágrima, o delegado Levi disse que ?tenho 11 anos de Policia, tive minha imagem maculada em todo país por puro capricho de um secretário vingativo e perseguidor?.
Finalizando Levi Leal foi enfático ao declarar que ?logo que sentiram a besteira que fizeram em me acusar de um crime que não cometi, me ofereceram assumir qualquer delegacia na capital ou no interior, contanto que não fosse na região do Cariri. Eu agradeci, pedi minhas férias e estou no momento à disposição do Departamento de Polícia do Interior. Se tiver que assumir uma Delegacia, quero sem dúvidas voltar para a de Juazeiro, apesar da falta de pessoal, viaturas e do grande número de processos acumulados. Foi na delegacia de Juazeiro onde tive minha imagem jogada na lama e nada foi provado contra minha pessoa. A Justiça foi feita e me isentou, inclusive, de qualquer ligação com os demais policiais presos no mesmo dia que eu?.