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Judiciário cearense e Cagece promovem Curso de Atendimento ao Cliente a mulheres vítimas de violência doméstica

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O Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, se encerrou, mas o compromisso do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) em desenvolver ações que promovam acolhimento a vítimas de violência permanece por todo ano. Nessa terça-feira (02/09), houve a conclusão do Curso de Atendimento ao Cliente, fruto de parceria entre o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), por meio do 1º Juizado da Mulher de Fortaleza, e a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

Com duração de 32 horas, as aulas iniciaram em 19 de agosto, na Casa da Mulher Brasileira, no bairro Couto Fernandes. O objetivo foi capacitar mulheres vítimas de violência doméstica para o mercado de trabalho, além de desenvolver competências profissionais em temas como empatia, linguagem não violenta e ética.

A juíza Rosa Mendonça, titular do 1° Juizado, esteve presente no encerramento. “Elas ficam nesses cursos se relacionando com outras mulheres que vivenciaram a mesma situação. Há uma troca de conversa, uma troca de experiência, porque a mulher acaba se fortalecendo com a história da outra. Uma fica dando força à outra, então isso é importantíssimo. Muitas vezes, as mulheres chegam aqui com autoestima muito baixa, e quando elas começam esses cursos, elas se transformam”, destaca a magistrada.

IMPULSO À INDEPENDÊNCIA
Um dos pontos altos do encerramento foi o anúncio da Cagece sobre a abertura de uma vaga de auxiliar administrativo no órgão. Uma lista de mulheres aptas, integrantes do curso, foi criada para o processo seletivo. A Cagece se comprometeu a oferecer apoio às interessadas que necessitem de auxílio com currículos ou apresentem dificuldades na seleção, reforçando o papel da empregabilidade como ferramenta de transformação.

“Geralmente as mulheres em situação de violência doméstica se tornam dependentes de seus maridos, seus companheiros. Então, o emprego é um passo essencial para conseguir a independência financeira e se sentir segura para começar a retomar a vida. Muitas têm filhos, então ficam receosas de sair de casa e não terem a subsistência. O emprego vai trazer a segurança financeira para que ela possa iniciar uma nova vida”, explica Samara Silveira, coordenadora de responsabilidade social da Cagece.

A relevância do curso é confirmada pelas próprias participantes. Luana Henrique destacou o aprendizado em diversas áreas e a rede de apoio. “O curso me deixou bastante emocionada, eu aprendi muito. São coisas que vou trazer para a minha vida pessoal e profissional também. Uma rede de apoio que a gente não tem, eu encontrei aqui”, comenta.

Priscila Lima Brasil, que já havia participado de outro curso na Casa da Mulher, reforçou o apoio mútuo. “Meu primeiro curso foi de auxiliar administrativo. As mulheres se curam em bando. A gente ajuda uma a outra. Tanto que teve uma palestra com a Maria da Penha e, nela, eu falei para uma mulher do meu lado sobre o curso e hoje ela está aqui”, relata.

CASA DA MULHER
A Casa da Mulher Brasileira é responsável pelo atendimento psicossocial de mulheres vítimas de violência doméstica, e abriga Juizado da Mulher, Ministério Público, Defensoria Pública, Centros de Referência da Mulher Municipal e Estadual, Delegacia da Mulher, Núcleo de Perícia e atendimento psicossocial.

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