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Cursos e entrevistas virtuais para movimentar processos de adoção

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Pamela Lemos
Jornalista

Acompanhe nesta reportagem da série “Nosso Trabalho em Casa” como a equipe da Seção de Cadastro de Adotantes e Adotandos de Fortaleza atua a distância durante a pandemia

Para quem trabalha diretamente com o público externo, exercer atividades de forma remota tem sido um desafio superado com o uso da tecnologia para realizar reuniões, treinamentos ou entrevistas. É assim que a Seção de Cadastro de Adotantes e Adotandos da Comarca de Fortaleza, na qual passam os processos de adoção, está funcionando desde a implantação do plantão extraordinário do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), há pouco mais de dois meses.

“Essa experiência nos fez buscar novas formas de desenvolver nosso trabalho. O objetivo maior é que, independentemente dos prazos suspensos, nós pudéssemos diminuir a espera e continuar com a aproximação de crianças que estão aptas para adoção com pretendentes já habilitados”, ressalta a chefe da Seção de Cadastro, Débora Melo.

O atendimento ao público, que antes era presencial, tem sido feito por WhatsApp e e-mail. O endereço eletrônico também é utilizado para receber as petições iniciais. “Geralmente o processo consiste, após entrega de documentos, na participação no curso psicossocial e jurídico. Posteriormente, ocorrem as visitas aos domicílios, seguidas das entrevistas com os pretendentes e a construção dos relatórios. Na rotina do distanciamento social, conseguimos, com êxito, realizar quase todas as atividades, exceto visitas”, explica a psicóloga Beatriz Aragão.

Os cursos estão ocorrendo por meio da plataforma WebEx-Cisco para videoconferências, sistema que o TJCE tem usado como padrão, em conformidade com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na Capital, as turmas já foram concluídas e agora os treinamentos são voltados para o Interior.

As entrevistas com os pretendentes, realizadas por psicólogos e assistentes sociais, também estão ocorrendo por videoconferência, após contato prévio para agendamento, assim como algumas vinculações de crianças, considerando a suspensão das visitas aos acolhimentos. Débora Melo salienta que a interação pessoal é importante, mas nesse momento o meio virtual “foi uma saída encontrada para não deixar de aproximar crianças e adolescentes disponíveis para adoção dos pretendentes”.

O assistente social Diogo Cals é outro integrante da equipe. Semanalmente, ele realiza entrevistas e participa dos treinamentos para adotantes. “Os cursos, realizados com a colaboração da Acalanto e da Rede Adotiva, reúnem grupos pequenos de pretendentes. São repassadas informações gerais sobre o processo de adoção e suas implicações sociais, jurídicas e psicológicas. Já as entrevistas, são de responsabilidade da equipe técnica em conjunto com os pretendentes. No meu caso, como assistente social, realizo a entrevista de habilitação à adoção, um dos componentes do estudo social.”

A Seção conta ainda com a psicóloga Eveline Mourão, que participa das capacitações e entrevistas. “Quando foi implantado o TeleTrabalho, passamos alguns dias finalizando relatórios que ainda estavam pendentes de conclusão e pensando em como seria nossa rotina de forma remota. Como não podemos fazer as visitas domiciliares, só ficará faltando essa etapa para concluirmos o estudo social de quem está participando de cursos e entrevistas virtuais.”

AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA
O trabalho em casa tem feito Eveline se sentir bem melhor durante o distanciamento social. “Fazer o que gosto, em casa, faz com que me sinta útil. Se não estivesse em TeleTrabalho, não sei como estaria minha cabeça. É tão bom, que a gente fica feliz de ver o colega, mesmo que seja só por videoconferência”.

A satisfação é compartilhada pela equipe. “Está sendo uma experiência diferente, mas de grande valia e aprendizagem. Os pontos positivos são a flexibilidade de tempo quanto à organização de horários, a tranquilidade e o silêncio do ambiente de casa”, completa Beatriz.

Para Diogo, “não é o ideal, claro, pois existem limitações importantes, porém, tem sido produtivo. Em termos da minha atuação, tem sido possível adaptar uma parte importante do trabalho de realização do estudo social remotamente”.

Estabelecer horários fixos para trabalhar dentro de casa tem ajudado Débora a manter boa produtividade. “Meu turno de trabalho é das 8h às 17h. Estou disponível nesse horário para os atendimentos por mensagem ou por e-mail, fazendo os expedientes dentro do sistema e me disponibilizando para dúvidas e qualquer questionamento que recebo sobre os processos e sobre o Sistema Nacional de Adoção (SNA).

O endereço eletrônico da Seção é cadastro.adocao@tjce.jus.br. Já o WhatsApp é (85) 3278.7701.