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Crescer com justiça

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21.09.2010 opinião
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de que 23% dos cearenses vivem com renda familiar ?per capita? inferior a 1/4 do salário mínimo. Segundo as informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), referentes ao ano de 2009, ao todo, são quase dois milhões de pessoas cuja renda familiar mensal gira em torno de pouco mais de 100 reais. O número de pessoas vivendo com esses rendimentos cresceu, já que, em 2008, eles representavam pouco mais de 21% da população.
Esses dados põem o Ceará na incômoda posição de quarto lugar entre os demais estados brasileiros com maior porcentagem da população enquadrada nessa faixa de renda familiar, atrás apenas de Alagoas, Maranhão e Piauí. Já quanto ao rendimento médio familiar da população, no Ceará, os 10% mais ricos ganham 44 vezes mais que os 10% mais pobres, um índice maior que a média nacional, cuja relação é 40 vezes. A renda mensal dessa população mais pobre fica em média em torno de R$ 50
Por mais que se fale em crescimento econômico, ele, sozinho, não resolverá os problemas advindos do aumento da desigualdade de renda e, aqui, mais uma vez, cobra-se a atenção não apenas ao desenvolvimento de programas sociais ou assistencialistas, mas também na implementação de políticas nacionais nas regiões mais críticas do País, seja na forma de investimentos públicos ou privados. O desenvolvimento econômico deve aliar-se às políticas públicas de melhoramento educacional, de ampliação da infraestrutura básica, de melhores serviços públicos. A melhor forma de crescer economicamente e sem concentrar a riqueza é através da promoção de parcerias estratégicas entre os que podem levar o progresso às áreas mais carentes e, desta forma, desenvolvê-las com equilíbrio e justiça social.