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4ª Vara do Júri toma depoimentos de testemunhas de processo que investiga grupo de extermínio

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A 4ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua realizou, na tarde dessa quarta-feira (18/04), audiência de instrução do processo que investiga a morte de Carlos dos Santos Marques, assassinado por suposto grupo de extermínio, em 2005. Seis testemunhas de acusação foram intimadas para a sessão, mas apenas duas compareceram.

O Ministério Público do Ceará (MP/CE) deverá se manifestar a respeito das demais testemunhas, podendo abrir mão da oitiva ou requisitar diligências para localizá-las. Em seguida, o titular da Vara, juiz Antonio Carlos Pinheiro Klein Filho, designará nova data para continuar a instrução.

O crime ocorreu no dia 16 de maio de 2005, por volta das 18h. Carlos dos Santos estava no carro, na avenida Paranjana, bairro Serrinha, em Fortaleza, quando foi abordado por dois homens em uma moto. Usando capacetes, eles atiraram contra a vítima, que morreu no local.

Segundo a denúncia, oferecida em setembro de 2010, pela promotora de Justiça Joseana França Pinto, Carlos dos Santos foi uma das vítimas da organização criminosa responsável por uma série de homicídios de pessoas ligadas à madeireira São Francisco.

A acusação sustenta que ele fornecia matéria-prima para a empresa, de propriedade de Reinaldo Marinho. Em 2000, a madeireira passou a sofrer problemas financeiros e, por isso, acumulou dívidas com o fornecedor.

Em 2003, Reinaldo Marinho firmou parceria comercial com Firmino Teles de Menezes, com o objetivo de tentar recuperar a empresa. Porém, de acordo com o MP/CE, o Firmino Teles passou a desviar recursos da madeireira, o que gerou a revolta do sócio, de funcionários e fornecedores.

Ele teria, então, contratado grupo de extermínio, chefiado pelo cabo da Polícia Militar, Pedro Cláudio Duarte Pena, para matar seus desafetos. Por meio da interceptação de ligações telefônicas, uma força-tarefa montada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará conseguiu identificar os demais integrantes da organização criminosa.

De acordo com a investigação policial, Rogério do Carmo Abreu e Sílvio Pereira do Vale Silva eram executores dos crimes, Paulo César Lima de Sousa fornecia informações sobre o andamento das investigações e Claudenor Ribeiro Alexandre, já falecido, fornecia as armas.

Todos os acusados negaram participação nos crimes. Além de Carlos dos Santos, foram assassinados Antônio Tomé Filho, Gilberto Soares Duarte e Miguel Luís Neto, todos vinculados à madeireira.