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2ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua ouve iraniano acusado de mandar assassinar empresário

2ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua ouve iraniano acusado de mandar assassinar empresário

Ouvir: 2ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua ouve iraniano acusado de mandar assassinar empresário

A 2ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza realizou, até as 18h desta quarta-feira (27/07), a tomada de depoimento de quatro réus do processo que investiga a morte do empresário Francisco Francélio Holanda Filho, ocorrida no dia 8 de julho de 2010. O homicídio foi praticado no cruzamento das ruas Padre Valdevino e João Cordeiro, na Aldeota, em Fortaleza.
Desde as 9 horas, foram ouvidos o iraniano Farhad Marvizi, acusado de ser o mandante do crime, Charles Herberth Martins Pereira, Francisca Elieuda Lima Uchôa e Maykson Gleyston de Castro Jacó. Também estão previstos os depoimentos dos policiais militares José Carlos Araújo de Sousa e Adriano Façanha de Sousa.
O sétimo réu do processo, o também PM Jean Charles da Silva Libório, que se encontra detido no presídio de segurança máxima de Campo Grande, deverá ser ouvido no próximo dia 10.
Desde a última segunda-feira (25/07), a 2ª Vara do Júri realiza a oitiva das testemunhas de defesa e acusação. Com o depoimento dos acusados, a fase de instrução será encerrada. Defesa e Ministério Público (MP) estadual deverão apresentar os memoriais finais para que o juiz Henrique Jorge de Holanda Silveira decida pela pronúncia ou não dos envolvidos no crime.
A denúncia do MP, assinada pelas promotoras de Justiça Alice Iracema Melo Aragão e Joseana França Pinto, afirma que, na noite de 8 de julho do ano passado, o carro dirigido pelo empresário foi interceptado por duas pessoas que estavam em uma moto. A dupla desferiu diversos tiros contra Francisco Francélio Holanda Filho.
Segundo os autos, a vítima que, assim como o iraniano, atuava no ramo de eletrônicos, estava auxiliando nas investigações sobre a forma como Farhad Marvizi importava produtos para o Ceará, vendendo-os a preços abaixo do praticado pelo mercado. As informações obtidas por Francisco Francélio eram repassadas ao auditor fiscal José Jesus Ferreira, que em dezembro de 2008 sofreu tentativa de homicídio, supostamente cometida a mando do iraniano.
Ainda de acordo com o MP, Farhad Marvizi foi o autor intelectual da morte do empresário Francisco Francélio e contava com o apoio de Jean Charles Libório, que utilizava as funções oficiais para favorecer as práticas criminosas e contratava pistoleiros. A esposa, Francisca Elieuda, auxiliava no recrutamento de pessoas e no planejamento dos delitos, assim como José Carlos.
Ainda conforme o processo, Charles Herberth fazia a ligação entre o empresário e os demais denunciados. Maykson Gleyston estava à espera da vítima nas proximidades do estabelecimento comercial, no dia do crime, e Adriano Façanha foi responsável por apurar a rotina de Francisco Francélio.
Eles negaram as acusações. O iraniano alegou que as provas são frágeis e tendenciosas. Já o casal Jean Charles e Francisca Elieuda ressaltou que a denúncia do MP se baseia em especulações e em interceptações telefônicas que desobedecem as regras estabelecidas para isso.
Charles Herberth, Maykson Gleyston, Adriano Façanha e José Carlos afirmam que apresentarão suas respectivas defesas posteriormente.