Mais 39 pretendentes à adoção participam de curso obrigatório promovido pela Justiça cearense
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- 26-06-2025
A professora Edilene Gadelha Reis e o metalúrgico Valmir Fernandes Faustino não veem a hora de ampliar a família. Ela relata que a gestação difícil do primeiro filho, que atualmente tem sete anos, a levou a optar pela adoção para ser mãe de uma menina. Pensando em concretizar esse sonho, o casal iniciou, nesta quinta-feira (26/06), o Curso Preparatório para Pretendentes à Adoção promovido pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Pré-requisito para quem pretende adotar, a capacitação ocorreu na Escola Superior da Magistratura do Ceará (Esmec).
“A gente já queria que fosse amanhã. A gente fica imaginando, né? No carro, a outra cadeirinha, vamos fazer o quarto, pintar de rosa. Tá sendo um sonho mesmo. Antes de chegar, a gente já tá vivendo”, ressalta Edilene. O metalúrgico, que tem outros três filhos já adultos, também está entusiasmado com a ideia de ter uma filha, “uma menina para nós aumentarmos a família, para ter nosso casal”. Confiante de que logo o sonho será concretizado, Edilene e Valmir garantem: “Amor é o princípio de tudo, nunca vai faltar”. Apesar da ansiedade, os dois entendem a importância da capacitação. “É tudo muito novo. A gente tá tirando muitas dúvidas, tá realmente abrindo a nossa mente pra saber se é isso que a gente quer. E é só a primeira etapa”, salienta a professora.
Ao todo, 39 pessoas participam do treinamento, o terceiro promovido este ano pelo Setor de Cadastro de Adotantes e Adotandos da Comarca de Fortaleza, que é realizado em três tardes. “Elas precisam estar cientes dessa escolha, de que essa escolha séria, de que essa escolha é para sempre e envolve aí uma criança, que é o vulnerável aqui nesse momento. A gente tenta preparar essas pessoas para que elas recebam crianças, que vão precisar de atenção, que vão precisar de carinho e não só de amor. A adoção não é só amor. A adoção é uma responsabilidade também”, explica a chefe do Setor de Cadastro, Débora Melo da Silva. O curso ainda teve a participação da assistente social Érica Lima Burlamaqui, chefe da Seção de Coordenação das Equipes de Manutenção de Vínculo e Adoção.

Além de proporcionar orientação psicossocial e jurídica, a primeira etapa da capacitação aprofunda discussões sobre temas como destituição do poder familiar, acolhimento institucional, perfis de crianças e adolescentes em situação de acolhimento, etapas do processo de habilitação e o procedimento da entrega legal. Os outros dois encontros serão realizados nos próximos dias 4 e 8 de julho, com representantes de grupos de apoio à adoção Rede Adotiva e Acalanto, para a troca de experiências com as famílias.
Depois do curso preparatório, as pessoas vão passar por entrevistas com psicólogas(os) e assistentes sociais, bem como receber visita domiciliar, até que seja deferido ou não o pedido de habilitação. Em caso positivo, entra na fila para inserção no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).
SAIBA MAIS
Para tornar-se pretendente, é necessário apresentar toda a documentação solicitada no Fórum da cidade onde se reside. Em seguida, os autos são encaminhados ao Ministério Público. Durante o procedimento, as(os) interessadas(os) deverão participar de todas as etapas do curso psicossocial e jurídico. Uma vez confirmada a presença na preparação, as(os) pretendentes passarão por avaliações por meio de entrevistas e visitas.
Diante de um parecer favorável do Ministério Público acerca do relatório psicossocial, o caso é enviado para avaliação de uma juíza ou um juiz. Tendo o pedido deferido, as(os) requerentes entram na fila para ingressar no SNA, devendo aguardar a vinculação à criança ou adolescente que apresente o perfil indicado previamente. Para saber mais clique AQUI.



