“Respeito é o Melhor Exercício”: TJCE mobiliza praticantes de atividades físicas na Beira Mar para reforçar o combate à violência contra a mulher
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- 29-11-2025
José Carvalho sai cedo de casa todos os dias para realizar sua caminhada na avenida Beira Mar, em Fortaleza. Sua rotina, quase sempre concentrada no exercício, ganhou um novo sentido na manhã deste sábado (29/11), ao receber um adesivo do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) o convidando à reflexão sobre o respeito às mulheres.
“Ser abordado neste momento foi muito importante para eu reforçar meu pensamento e minhas ações no combate à violência contra a mulher. Todos os espaços precisam ser seguros para elas, inclusive os destinados às atividades físicas. Devemos praticar o respeito sempre, e esta iniciativa é muito bonita para relembrar isso. Além de provocar uma mudança em mim, tenho certeza que impactou todos que passaram por aqui nesta manhã”, relatou.
O material que alcançou José fez parte da ação de divulgação do protocolo “Respeito é o Melhor Exercício”, realizada pelo TJCE, ao lado da Praia do Mucuripe. A mobilização, promovida pela Ouvidoria do Poder Judiciário e pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, teve início às 6h, com o propósito de conscientizar praticantes de exercícios físicos sobre a importância de ambientes esportivos acolhedores, seguros e livres de violência e assédio contra mulheres.

Durante o evento, foram distribuídos materiais informativos e transmitidas orientações sobre medidas de prevenção e enfrentamento que contribuem para evitar episódios de violência contra mulheres em academias, assessorias esportivas, arenas de beach tennis e demais locais de prática física.
Ao todo, foram entregues 300 abanadores, 300 adesivos, camisetas e 100 cartilhas educativas da Ouvidoria da Mulher do Judiciário cearense, com explicações sobre os tipos de violência e os principais canais de denúncia. As equipes conversaram com corredores, ciclistas e praticantes de caminhada, incentivando o fortalecimento de uma rede de apoio mais preparada para garantir a segurança das mulheres nesses espaços.
“É uma iniciativa voltada à mudança de comportamento. Precisamos cada vez mais de alertas e protocolos como esse, pois muitas mulheres acabam abandonando a atividade física, mudando de local ou até alterando sua forma de se vestir, perdendo sua liberdade. Esse momento é para conscientizar pensando, inclusive, nas próximas gerações”, destacou a ouvidora do TJCE, desembargadora Andréa Mendes Bezerra Delfino.
À frente da Coordenadoria da Mulher do TJCE, a desembargadora Vanja Fontenele Pontes pontuou a necessidade de uma abordagem direta para transformar o olhar e a atitude coletiva. “Nós precisamos nos aproximar das pessoas e discutir sobre isso. Fazer com que essa temática seja cada vez mais falada, que chegue a todos. Chegou o momento de reparar o período em que as mulheres foram invisibilizadas e sofreram violências nesses espaços, e de dizer que nós merecemos o respeito.”

BEM-ESTAR DA MULHER
Integrando a programação, o momento contou ainda com aula de alongamento aberta ao público, realizada em parceria com a Associação Marta. Houve ainda distribuição de tapiocas e água de coco para os participantes. A atividade ao ar livre promoveu um momento de bem-estar físico e mental, reforçando o propósito da campanha na promoção de uma convivência respeitosa, segura e igualitária nos espaços compartilhados.
Também abordada pela ação, a corredora e advogada Zilma Cordeiro reforçou a importância da iniciativa, especialmente diante do crescimento do público praticante de atividade física em Fortaleza. “A mobilização sobre a violência contra a mulher não pode ser restrita a um mês específico, precisa ser constante. Nós que corremos pela cidade, por exemplo, não sentimos segurança. É preciso falar com mulheres e com homens para que essa mensagem seja realmente fortalecida.”

PROTOCOLO
Elaborado para orientar espaços de prática física na prevenção e no enfrentamento da violência contra mulheres, o protocolo reúne responsabilidades e procedimentos padronizados que visam garantir proteção e acolhimento. As rotinas definidas incluem escuta humanizada, preservação do sigilo, medidas imediatas de segurança, bem como encaminhamento adequado à rede de apoio, contribuindo para que esses ambientes se tornem espaços de confiança.
Além dessas ações, o documento destaca a importância da sensibilização e capacitação das equipes, estimulando gestores, profissionais e frequentadores a adotarem uma postura ativa na promoção do respeito. A proposta é assegurar que a prática esportiva aconteça com dignidade para o público feminino.




