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Presos funcionários da AL acusados de fraudes

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Polícia 24.06.2010
Policiais Federais fizeram buscas na sala onde funciona a Primeira Secretaria da Mesa Diretora da Assembleia
Três pessoas presas, entre elas dois empresários e uma servidora da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), outras duas foragidas e uma fraude em licitações públicas no valor estimado de R$ 30 milhões. Esses são os desdobramentos da ´Operação Goliath´, desencadeada ontem, pela Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE) e a Controladoria Geral da União (CGU).
De acordo com a PF, a quadrilha, que vinha sendo investigada desde 2007, atuava no desvios de verbas públicas em, pelo menos, dez municípios do Ceará e em órgãos da estrutura administrativa nos âmbitos federal e estadual. As fraudes, segundo as investigações da PF, ocorreram, principalmente, em licitações para locação de veículos e, também nos contratos de construção de obras públicas.
As três pessoas presas durante a operação foram o empresário Mirgon de Oliveira Oiteral, do ramo de construção e publicidade, com atuação principalmente no Município de Trairi; Jânio Falcão do Carmo, dono da empresa ´Litorânea Rent a Car´ e servidor da AL; e a também servidora da assembleia, Maria Lúcia Ramos Martins. Outras duas pessoas, cujos nomes não foram divulgados, estão com prisão preventiva decretada e continuam sendo procuradas.
Durante uma concorrida entrevista coletiva realizada na tarde de ontem, na sede da PF, o superintendente regional do órgão, delegado federal Aldair Rocha, afirmou que, além das prisões, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal e pela 2ª Vara da Comarca de Pacatuba.
Assembleia
Um dos locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão foi a Assembleia Legislativa. Na manhã de ontem, um grupo formado por sete policiais federais esteve no gabinete da Primeira Secretaria da Mesa Diretora A movimentação dos ´federais´ chamou a atenção de parlamentares e funcionários da casa. Havia a informação de que dois servidores haviam sido presos nos gabinetes.
Contudo, segundo a PF, as prisões ocorreram nas residências dos suspeitos, e não na AL. O superintende da PF frisou mais de uma vez durante a coletiva que, a operação não tinha ligação com a assembleia ou com parlamentares. “As buscas visaram as mesas funcionais dos dois servidores daquela casa, que também trabalham nas empresas investigadas”.
O representante da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública do Ministério Público Estadual (MPE), promotor Eloílson Landim, explicou que, a quadrilha atua onde for possível, desde prefeituras a órgãos federais e estaduais, “mas a maioria das fraudes ocorreu em prefeituras”, ressaltou.
Farsa
Landim chamou de “grande farsa”, algumas das obras investigadas pela ´operação Goliath´. Segundo ele, muitas nem existem e outras são realizadas com fraudes em várias etapas do processo licitatório. Já o assessor da CGU, Elíbio Estrela, disse que, ainda não é possível afirmar quantas empresas ´fantasmas´ estão envolvidas nas irregularidades. “Os dados serão analisados e depois divulgaremos essas informações”.
EMERSON RODRIGUES
REPÓRTER